12 dicas de viagem para a Rússia (sem complicação!)
A Rússia é um dos destinos mais fascinantes que já visitei, mas na primeira viagem para lá eu estava meio insegura… Na época, não encontrei muitas dicas de viagem para a Rússia em português, não sabia o que esperar da comida, do transporte e tudo mais. Tive que procurar em várias livrarias para achar guias de Moscou e São Petersburgo… E as poucas pessoas que eu sabia que tinham ido para lá contavam histórias muito destoantes de como era o país.
Mas quando cheguei lá fiquei completamente encantada e aos poucos fui descobrindo alguns macetes para curtir Moscou e São Petersburgo sem complicação :)
Vale a pena viajar para a Rússia?
Tive a impressão de que os brasileiros vêem a Rússia como um país frio (em todos os sentidos) e perigoso, mas não foi isso o que encontramos lá. Vale a pena viajar para a Rússia, sim!
Conhecemos cidades lindas, bem cuidadas, com transporte eficiente, arquitetura monumental, atrações interessantíssimas e pessoas simpáticas (ainda que eles não sejam de muitos sorrisos, eram atenciosos e tentavam nos ajudar mesmo com a barreira do idioma).
Acho que é isso o que faz de Moscou e São Petersburgo destinos tão fascinantes: a mistura inexplicável do clássico com o exótico. Pareceriam capitais europeias como várias outras se não fosse o choque cultural tão intenso.
Vocês vão reparar que as primeiras dicas de viagem para a Rússia são dedicadas ao idioma, porque o alfabeto cirílico é um dos fatores que mais causa estranheza e porque a maior parte das pessoas não fala nenhuma outra língua, então é importante você saber se virar minimamente. Mas tem muitas outras dicas práticas que vão fazer a diferença na sua experiência de viagem! :D
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1. Aprender o alfabeto cirílico
Essa dica com certeza é a número 1. Os russos em geral não falam inglês e saber ler algumas palavras faz toda diferença. Parece difícil mas eu juro que não é. Basta lembrar que cada letra tem um som e ir juntando os pedaços.
Quase todas têm equivalente no nosso alfabeto: a letra H tem som de N, o P tem som de R etc. Simplesmente pela transliteração já é possível entender várias palavras, por exemplo: метро (metrô), супермаркет (“supermarket”, como se fosse supermercado em inglês) ou ресторан (“restoran”, como se fosse a pronúncia de restaurante em francês).
2. Ensaiar frases úteis em russo
É sempre bom saber falar algumas palavras básicas no idioma local (isso vale para qualquer destino: Alemanha, França, Hungria, Argentina, tanto faz). Na Rússia, como é muito raro encontrar quem fale inglês, frases ensaiadas quebram o maior galho.
“Dva bilieta”, por exemplo, significa “2 tickets” e serve tanto para ingressos quanto para bilhetes de metrô. Para pedir uma cerveja, diga “Adín piva pajalsta” (essa última palavra quer dizer “por favor” e se escreve “pozhaluysta”).
Vocabulário de restaurante também é importante, seja para saber pedir seus pratos preferidos ou para evitar aqueles ingredientes dos quais você não gosta ou tem alergia (carne de porco, leite, amendoim etc.). Eu aprendi logo que курица (kuritsa) quer dizer frango e que сыр (syr) quer dizer queijo – porque praticamente qualquer coisa com isso está bom pra mim! :)
Também não é má ideia andar com bloco e caneta no bolso: você pode levar algumas frases anotadas para mostrar às pessoas caso a pronúncia falhe… E, se nada mais der certo, desenhe! ;)
3. Andar de metrô e usar mapa bilíngue
As estações de metrô de Moscou e de São Petersburgo são atrações à parte, parecem verdadeiros palácios com escadarias, paredes de mármore, estátuas de bronze, lustres enormes… Um luxo só! Tem até tour pelas estações de metrô, de tão interessantes que são!
O sistema de transporte é bastante eficiente e os trens passam rápido. Só tem um probleminha: 99% das placas estão em russo e é bem difícil entender os avisos sonoros do metrô.
Então o melhor jeito é ter um mapa bilíngue, com o nome das estações escrito nos dois alfabetos, para você poder comparar as anotações do seu roteiro com as placas. O aplicativo Maps.me é uma ótima opção, pois funciona offline e tem boa precisão para te guiar em trajetos a pé (melhor que Google Maps!). Os apps oficiais do metrô de Moscou e do metrô de St. Peter também podem ajudar.
Para sair do metrô, fique de olho nas indicações “BbIXO” (saída), pois as estações são enormes e têm várias escadas e conexões – às vezes é difícil encontrar a rua! rs
4. Ficar ao menos 4 dias na cidade
Moscou e São Petersburgo são cidades bem grandes, com atrações para todo gosto. Garanto que de tédio você não sofre. Acho que 4 dias é um tempo mínimo razoável para se ambientar, ter tempo para visitar alguns museus, fazer tours, aprender a circular pela cidade, se acostumar com as placas em russo… e principalmente: começar a descobrir os restaurantes mais em conta e realmente gostosos!
Se ficar menos dias do que isso, vai ficar muito corrido (inclusive porque tudo é muito grande, os deslocamentos levam tempo). Dê tempo para pegar o jeito da cidade, e aí sim a qualidade da sua viagem vai dar um salto!
Se achar que está sobrando tempo (duvido!), considere um bate-e-volta para alguma das cidades do Golden Ring, como Sergiyev Posad, Suzdal ou Vladimir.
5. Um dia extra em São Petersburgo
Moscou tem muitos museus e tal, mas São Petersburgo tem uma particularidade que merece atenção: alguns de seus maiores pontos turísticos ficam em cidades vizinhas e exigem um dia praticamente inteiro para a visita. É o caso de Tsarkoe Selo e Peterhof, dois dos mais belos e grandiosos palácios do mundo.
A sugestão do dia extra é porque a chuva atrapalha bastante esses passeios, pois os jardins são grande parte da experiência e os palácios são compostos de vários prédios anexos, que se percorrem por chão de terra ou de pedrinhas.
Tente visitar Peterhof logo no primeiro dia de sol da viagem e não deixe a agenda tão apertada que não permita uma segunda chance em caso de imprevistos, pois seria uma pena deixar de ver o palácio mais lindo da Rússia, né?
6. Melhor época para ir à Rússia
Acho que esse foi um fator extremamente positivo na nossa viagem para a Rússia! Viajamos na primavera e pegamos dias de sol e temperatura quente, mas ainda escapamos da alta temporada e conseguimos visitar o Hermitage sem fila. Sério: compramos o ingresso na hora, só tinha 1 pessoa na nossa frente na bilheteria. Cheguei a tirar uma foto sozinha na escadaria principal para provar que estava vazio! E de camiseta para provar que estava quente!
Se a sua viagem for durante o verão, não deixe de comprar ingressos com antecedência pela internet porque as filas do Hermitage e dos palácios de São Petersburgo ficam gigantescas mesmo! Mas viajando na primavera só pegamos muvuca num horário que coincidiu com 3 grupos de excussão – depois eles foram embora e nós ficamos no museu tranquilo.
A única desvantagem que percebemos em viajar nessa época é que não tem hydrofoil (catamarã) para ir de São Petersburgo até o palácio de Peterhof, porém dá pra chegar no palácio de metrô e ônibus tranquilamente.
Também não vimos a famosa “noite branca”, mas no fim de maio os dias já estavam bem longos (anoitecendo pra lá das 22h). Cheguei a pegar sol às oito da noite! hahaha Mesmo de madrugada, o céu ainda estava azul, como se fosse 19h no Rio de Janeiro.
7. Hospedagem bem localizada
Tanto Moscou quanto São Petersburgo são cidades muito, muito grandes! Estar bem localizado faz uma diferença enorme na experiência de viagem para a Rússia e no aproveitamento do tempo do roteiro.
Em Moscou, isso significa ficar hospedado perto de uma estação de metrô. De preferência, dentro dos limites do Garden Ring (ao ver o mapa de Moscou, você notará que tem vias circulares que contornam a cidade). Algumas dicas: Hotel National e Savoy (5 estrelas), Vremena Goda, Prokovka e Maroseika (3 e 4 estrelas), GoodMood Hostel e Hostel DOM (econômicos). Escolha as datas e navegue pelo mapa abaixo para ver mais opções.
Booking.comEm São Petersburgo, uma boa referência é a Nevsky Prospekt, avenida bem movimentada, com muitas lojas e opções de restaurantes. A região entre o Hermitage e a Catedral de Santo Isaac é toda bastante interessante, e os hotéis 4 ou 5 estrelas são menos caros que em Moscou.
Algumas dicas: Kempinski e Angleterre (5 estrelas), The Faces Historical Center, Pushka Inn, Belmond (3 e 4 estrelas), Bigland Hostel e Soul Kitchen Junior (hostels). Escolha as datas e navegue pelo mapa abaixo para ver mais opções.
Booking.com8. Dicas de restaurantes na Rússia
Nos primeiros dias em cada cidade, a gente gastou fortunas em restaurantes, até começar a descobrir onde valia a pena. Isso quase estourou o nosso orçamento! Como é inevitável que a gente circule pelas regiões turísticas, onde os restaurantes costumam ser caros, é uma boa ideia pedir indicações no hostel para encontrar lugares com bom custo-benefício.
Fiz um post com dicas de onde comer na Rússia, incluindo os melhores restaurantes que provamos e algumas redes de lanchonetes locais – para quem quer comer rápido e barato, mas ainda experimentar os pratos típicos.
9. Comprar comida em supermercado na Rússia
As dicas de restaurantes ajudaram muito a economizar, mas o que realmente reequilibrou as contas foi fazer compra em supermercado. Tinha um supermercado na esquina de cada albergue em que ficamos, tanto em Moscou quanto em São Petersburgo).
É uma ótima saída para fazer lanches, levar pic nic quando for passar o dia em um palácio ou mesmo preparar um jantarzinho no hostel, se tiver cozinha (os nossos tinham). Pelo que vimos na época em que fizemos nossas reservas, poucos hotéis na Rússia incluem café da manhã, então também vale comprar algumas coisinhas para começar o dia :)
10. Viajar para a Rússia é perigoso?
Honestamente, não achamos que viajar para a Rússia é perigoso. Não percebemos falta de segurança nas ruas, nos sentimos super seguros nas duas cidades, especialmente São Petersburgo.
O que eu posso dizer são aquelas velhas dicas que servem para qualquer destino turístico: não dar trela para abordagens do meio da rua e tomar cuidado com pickpockets (furtos em lugares cheios) – mas isso é meio óbvio, né?
seguimos firmemente dois conselhos: não deixar o passaporte sair da sua vista em momento nenhum e não falar com policiais nem para pedir informação.
Antes da nossa viagem, percebemos que eram recorrentes as recomendações para evitar contato com a polícia na Rússia. Dos blogs gringos ao guia de viagem da Publifolha, passando pelos relatos de uns amigos que já tinham viajado para lá. As histórias eram de deixar qualquer viajante apavorado, de extorsão de propina até prisão injustificada.
Nós não passamos por nenhuma situação constrangedora dessas (ainda bem!) mas evitamos falar com policiais até para pedir informação… Porém, a partir de 2015 essas histórias parecem ter ficado muito mais raras, o que é um alívio!
11. Levar dinheiro para a balada
Não tivemos dificuldade para encontrar caixas eletrônicos (ATM), inclusive com opção de idioma em inglês, mas o cartão Travel Money nem sempre era aceito nas lojas e restaurantes.
Se for sair à noite, também é importante levar dinheiro vivo, pois os bares adotam o mesmo esquema que os pubs de Londres: você paga cada bebida na hora que pede no balcão. Em São Petersburgo, as ruas Lomonosova (Ломоносова) e Dumskaya (Думская) são uma região legal para ir à noite.
12. Chip de internet na Rússia
A internet era liberada nos hostels e é bem comum ter wifi nos restaurantes também, mas achei que valeu muito a pena comprar um chip de telefone para usar 4G local!
Se tiver interesse, você pode procurar as lojas da MTS, Beeline ou Megafon (três principais companhias telefônicas na Rússia). Essas empresas vendem chip SIM Card com 4G de internet e 400/500 minutos de ligações locais por preços entre 400 e 600 rublos (cerca de R$ 20 a 30).
A vantagem é que, tendo acesso à internet, você pode usar a nova função do Google Translator, que é capaz de traduzir placas e cardápios usando a câmera do celular para reconhecer os caracteres! Também é muito útil para pegar Uber, sem a necessidade de enfrentar a barreira de idioma para explicar o seu destino ;)
Quer mais dicas de viagem para a Rússia?
Bem, essas são as primeiras dicas que dou aos meus amigos que estão pensando em viajar para a Rússia. Não é nenhum bicho de sete cabeças e, certamente, é um dos destinos mais fascinantes que já visitei! :D
Preparei várias outros posts aqui no blog com o roteiro completo de Moscou, como visitar os palácios imperiais e informações importantes sobre visto, câmbio e seguro viagem para a Rússia!
Você tem mais alguma pergunta? Já viajou pela Rússia e tem outras dicas pra contar pra gente? Comenta aqui embaixo que vai ser ótimo trocar ideia!