Bate-e-volta de Lisboa a Sintra: palácios e doces
Lisboa é uma cidade cheia de charme, mas o que mais me agrada é que ela está rodeada por vilas adoráveis, prontas para atender a gregos e troianos. Em menos de uma hora de trem (ou como dizem os portugueses, comboio), dá para dar uma escapadinha até a praia ou a serra.
Um dos meus passeios favoritos é visitar Sintra. Considerada Patrimônio Mundial pela UNESCO por sua bela paisagem natural, a vila de Sintra é aquele tipo de lugar que se torna um refúgio, um cantinho onde se pode respirar ar puro, botar o pensamento em dia, fazer uma boa caminhada e se deixar envolver pelos monumentos históricos.
O centro da vila é tomado por vários restaurantes e lojinhas de artesanato, que atraem muitos turistas o ano inteiro. Quem passa por ali não pode deixar de experimentar um Travesseiro recém-saído do forno, doce típico da região manufaturado pela antiga fábrica de queijadas Piriquita.
Também faço uma parada estratégica no Cantinho Gourmet para tomar uma Ginjinha (licor feito a partir de um berry chamado Ginja) no copo de chocolate. Muito embora não seja típico da região (é produzido em Óbidos), combina muito bem com o clima serrano de lá.
Não muito longe do burburinho do centro histórico, Sintra oferece várias opções de parques, com seus palácios e castelos. Todos eles recheados de cultura, história e arquitetura.
A Quinta da Regaleira é um dos meus preferidos. Possui um palácio e algumas esculturas espalhadas pelo jardim, mas o mais interessante de lá são as surpresas que gente encontra em sua vasta área verde.
Ao atravessar um lago pulando pedra por pedra, chega-se à entrada de uma gruta. É possível explorá-la até deixar de enxergar um palmo à sua frente, de tão escuro que fica.
Em uma das saídas da gruta, a gente encontra uma torre subterrânea com 27 metros de profundidade, conhecida como Torre Invertida. Construída como Poço Iniciático para rituais maçônicos, é uma das atrações mais curiosas de Sintra.
Um roteiro literário em Sintra nos passos de Eça de Queiroz
Serra acima (e eu recomendo que vá caminhando, o que é um belo exercício ao ar livre) está o Palácio Nacional da Pena, que provavelmente é o mais procurado pelos turistas.
O Palácio da Pena é uma das melhores expressões do Romantismo na arquitetura do século 19, e o primeiro palácio deste estilo na Europa.
Outrora pertencente à família real e atualmente um museu, o Palácio chama atenção por sua estrutura em níveis, com torres e pátios de todas as cores, e de lá se tem uma vista incrível da vila e arredores.
Bem perto dali está o Castelo dos Mouros, que mostra a história e a influência árabe no país. O Castelo teve origem na fortificação construída pelos muçulmanos, quando invadiram a Península Ibérica, no século 8.
É uma grande muralha de defesa, que também oferece uma vista privilegiada – com bom tempo, avista-se até o oceano.
Por último, mas não menos interessante, tem o Palácio de Monserrate. Há alguns anos o seu interior não estava muito bem conservado, mas hoje está lindo em todos os detalhes.
Os elementos europeus e mouriscos se misturam com influências indianas nesse palácio que é único em seu estilo.
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O parque de Monserrate também é “cinco estrelas”, para lançar mão de outra expressão lusitana. O jardim é amplo, e nele encontra-se várias espécies de árvores, desde as exóticas até as de cortiça – outra especialidade de Portugal.
O gramado em frente ao Palácio é um convite para ficar sentar ao sol da tarde, contemplando a paisagem.
E como se já não tivesse valido a pena, em um dos caminhos de volta para Lisboa está o Cabo da Roca, a ponta mais ao oeste da Europa e dona de um pôr do sol único. Perfeito para fechar o dia com chave de ouro!
Vale lembrar que de abril a outubro os parques ficam abertos mais ou menos entre 9h30 e 19h (veja nos sites), mas durante o inverno o horário de funcionamento é mais curto, entre 10h e 17h.
Como ir de Lisboa a Sintra: o caminho mais bonito
Se você quiser visitar todos, pode economizar comprando um bilhete combinado que vale para os três parques e palácios, além do Convento dos Capuchos, por € 22. O ingresso da Quinta da Regaleira é à parte, por € 6.