O que fazer em Bergamo (e o que aprendi sobre vôos low cost na Europa)
A minha viagem a Bergamo, na Itália, aconteceu por força das circunstâncias. Do Porto (onde eu morava) para Budapeste (onde eu ia visitar minha tia), a passagem direta custava mais de € 300 – mas o orçamento estava apertado e assim não ia dar pra viajar!
Revirei os sites de companhias aéreas até descobrir que se eu fosse do Porto para Milão e de lá para Budapeste sairia muito mais barato, mesmo contando com mais uma noite de hospedagem. Eu gastaria cerca de € 20 por cada trecho da passagem e € 50 o hotel – ou seja mais de € 200 de economia! As companhias aéreas low cost na Europa têm desses mistérios.
Low cost para Milão Bergamo
E foi assim também que descobri uma pegadinha comum desse tipo de voo barato: o destino anunciado é, muitas vezes, distante do aeroporto onde você realmente desembarca.
No caso, o voo da Ryanair para Milão leva para o aeroporto Orio Al Serio, a pouco mais de 50 km de Milão. O aeroporto na verdade fica em Bergamo, uma cidade de 23 séculos de história e apenas 120 mil habitantes.
Para chegar em Milão ‘de verdade’, tem um ônibus executivo que leva 1 hora e custa € 17, ida e volta, incluindo locker para deixar a bagagem no aeroporto durante o dia enquanto você vai passear. Muita gente faz esse bate-volta para Milão e não se hospeda lá porque os hotéis na cidade tendem a custar caro.
Mas naquele dia cheguei à conclusão de que não valia a pena passar uma tarde tão corrida em Milão, perdendo tempo nos translados e tendo que pegar um voo no Orio Al Serio na manhã seguinte. Então resolvemos passar um dia em Bergamo.
O que fazer em Bergamo, na Itália
Lá fomos nós pro centro de Bergamo, de onde se pega o funicular para a Città Alta (cidade alta), que mantém as muralhas venezianas que cercavam a parte histórica da cidade. E bastou uma volta por aquelas ruelas medievais para Bergamo me conquistar.
Um bom ponto de partida no passeio é a Piazza Vecchia, repleta de prédios históricos. Um dos destaques é o Palazzo della Ragione, uma das primeiras “prefeituras” da Itália.
A segunda parada é bem pertinho: a Cappella Colleoni , anexa à Basílica Santa Maria Maggiore, com sua fachada de mármore na belíssima arquitetura renascentista, do século 15.
Logo ao lado da Basílica fica a Catedral de Bergamo (coisas da Itália, né?), cuja fachada neoclássica chama menos atenção quando estamos vendo da rua… Mas, do alto, sua cúpula com a estátua dourada de Santo Alexandre se tornou um dos ícones da paisagem de Bergamo!
Para conferir a cúpula da Catedral, a dica é subir a Torre Cívica, que fica bem em frente. Foi construída a partir do século 11, mas teve alterações ao longo do tempo para chegar aos 53 metros de altura hoje – e atualmente tem até elevador, para ajudar a subir para curtir a belíssima vista sobre a Città Alta! :)
A torre também é conhecida como Campanone, que é o nome do sino principal que fica lá no alto. Uma curiosidade é que o Campanone até hoje toca todas as noites às 22h, em memória ao antigo toque de recolher da cidade.
Passeios para quem tem mais tempo
Já para ver as históricas fortificações de Bergamo e uma paisagem mais bucólica, um passeio legal (completamente opcional, mas que a gente sismou de fazer) é o Castello di San Vigilio, que fica a uma caminhada de quase meia hora da região mais central da Piazza Vecchia.
Com um pouco mais de tempo em Bergamo, dá para visitar com calma outras atrações da Città Alta, como o Palazzo Terzi (apenas visitas guiadas).
Quem é fã de arte italiana também pode reservar um tempinho na Città Bassa visitar a tradicional Accademia Carrara (que tem uma coleção de mais de 1.800 pinturas desde o século XV, incluindo Botticelli e Rafael). E, por que não, dar um pulo também à GAMEc, galeria de arte moderna e contemporânea que fica literalmente em frente à Accademia Carrara.
Comida italiana em Bergamo
Não faltam lanchonetes com as tradicionais pizzas italianas (quadradas, em enormes tabuleiros), além de todo tipo de doces.
Mas imbatível mesmo é experimentar um bom gelato italiano, mesmo que já esteja fazendo um friozinho. Potes enormes de Nutella nas vitrines despertam a vontade e sugerem um sabor para o sorvete.
De volta à Città Bassa, quase todos os dias há feiras dos produtores locais, vendendo queijos, pães, azeitonas e comidinhas típicas. Vale o passeio à tardinha para beliscar antes do jantar.
Foto de capa: Sergio e Gabriela
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