Roteiro alternativo em Lisboa: tour com guia francês
Conhecemos o Elliot no café da manhã do Lisbon Poets Hostel. Eu e Adriano tínhamos planejado um dia nas redondezas de Belém, mas depois de 5 ou 10 minutinhos de papo, jogamos os planos para o alto e resolvemos passar a manhã fazendo um tour em Lisboa com o Elliot.
Ele é um francês que foi para a Lisboa passar 3 meses, mas depois não quis voltar pra casa. Se apaixonou pela cidade de tal jeito que ficou lá, descobrindo cada cantinho da capital portuguesa até que, recentemente, começou a oferecer tours pelos bairros lisboetas mais pitorescos. O sotaque francês ao falar português-de-Portugal faz o personagem ficar ainda melhor!
E, como vocês sabem, o Adriano é português, então para mim o tour foi duplamente legal porque os dois conheciam muito da história local e do jeito de se viver ali. Era bem divertido vê-los conversar, cada hora pipocava um fun fact mais curioso que o outro!
O nosso passeio começou pelo Largo do Chiado, onde fica o Lisbon Poets Hostel, seguiu pela Bica, passou pelo Bairro Alto e foi até o Príncipe Real.
Durante umas 3 horas passeamos por ruelas e ladeiras, vendo azulejos coloridos e janelas decoradas ora por flores, ora por varais de roupa. Chegamos inclusive a visitar o ateliê de um casal de artistas na Travessa do Sequeira :)
Miradouro de Santa Catarina
Quando passamos por um dos muitos miradouros de Lisboa, descobri que tinha surgido ali uma expressão popular ainda muito falada tanto em Portugal quanto no Brasil…
Na virada de 1800, quando as tropas de Napoleão invadiram o país com a ordem de atacar a Família Real Portuguesa, a corte partiu para o Brasil e os franceses ficaram “a ver navios” do alto do miradouro de Santa Catarina ;)
Eu curto aprender essas curiosidades históricas! E achei graça também da estátua de Adamastor, que fica ali mesmo no miradouro. Esse monstro do mar era uma das lendas alimentadas pelos navegadores portugueses para amedrontar outros europeus e desencorajá-los a competirem por suas colônias… rs
Rua de O Século
Entramos na Rua de O Século, onde ficava a redação desse que foi um dos primeiros jornais de grande tiragem em Portugal, e também um dos palácios do Marquês de Pombal.
Quem vê o nº 79 por fora não imagina que uma portinha verde tão simples esconde um palácio com afrescos no teto de cada sala e um jardim interno perfeito para tomar um café.
Hoje o prédio do palácio abriga uma associação de artistas chamada Carpe Diem, enquanto na antiga sede do jornal O Século passou a operar o Ministério do Ambiente.
Praça das Flores
Seguimos entre ruas históricas até parar no Copenhagen Coffee Lab, um café charmoso de decoração escandinava, pertinho da Praça das Flores. Experimentamos o aeropress, que é a especialidade da casa.
Se preferir ter como cenário azulejos portugueses em vez dos móveis clean à moda dinamarquesa, a Praça das Flores tem outras opções para tomar café em agradáveis mesas ao ar livre.
Lojas de design em Príncipe Real
Continuamos caminhando até a região de Príncipe Real, onde vários palacetes de 1870 foram convertidos em lojas com produtos de designers independentes e muitas coisinhas legais de descobrir!
Os dois principais indoor markets são a Embaixada (Praça do Príncipe Real, 26) e a Entre Tanto (Rua da Escola Politécnica, 42), que funcionam de 12h às 20h. Mas vale a pena circular por ali de olho nas vitrines, pois há muitas outras lojinhas interessantes.
Ainda demos um pulo na Pastelaria São Roque – que é uma padaria linda, toda em azulejos do início do século 20 – para levar um pão fresquinho para comer no caminho.
Galeria de Arte Urbana
No fim do passeio, demos uma volta pela Galeria de Arte Urbana, onde os graffitis são sempre excelentes e nem o bondinho (elétrico, como chamam em Portugal) perdeu a chance de ganhar novas cores, por cima do amarelo tradicional :)
Dali a pouco o Elliot abriu a mochila e tirou umas latinhas de spray pra gente fazer um estêncil com ele no muro! Uma surpresa bem divertida que fechou a manhã com chave de ouro!
Lisboa com sotaque francês
Você pode acompanhar os passeios do Elliot pelo Instagram @MonLisbonne mas aviso logo: se você fizer um tour em Lisboa com ele, não espere que o roteiro seja o mesmo que o meu. Conta um pouco sobre o tipo de lugar que você curte conhecer e deixa o Elliot criar um roteiro diferente. Aposto que vai valer a pena!