Mosaicos de Ravena, na Itália: uma “sinfonia de cores”
Fui à Ravena em um domingo, um dos dias mais tranquilos em qualquer cidade da Europa, e particularmente na Itália. Logo que saí da estação de trem dei de cara com o Jardim Speyer e as famílias fazendo pic-nic sobre o gramado verde e velhinhos jogando xadrez em um dia calmo de sol da primavera :)
Ravena chama atenção pela sua beleza, por ser uma cidade limpa e pelos seus famosos mosaicos bizantinos dos séculos IV a VI, hoje considerados Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Os mosaicos de Ravena impressionaram até Dante Alighieri, que passou seus últimos anos de vida na cidade e descreveu as composições como “uma sinfonia de cores”.
Para entender um pouco mais sobre o significado desses mosaicos, vale assistir o vídeo da Patrícia, do blog Turomaquia, que está fazendo uma série muito interessante sobre história da arte no Youtube:
Minha visita foi dedicada a visitar os cinco principais patrimônios da cidade e todas podem ser feitas tranquilamente a pé e por cerca de 4h no máximo. Existe um ingresso único para esse roteiro dos Mosaicos de Ravena que você pode comprar no escritório de turismo por 9,50 euros.
A primeira parada foi na Basílica de Santo Apolinário Novo, do ano de 560. Repleta de mosaicos de Cristo e os apóstolos é impossível não tirar um tempo para ficar admirando cada detalhe deles, reza a lenda que o Papa Gregório ordenou que os mosaicos fossem cobertos pois eles distraiam os fiéis que iam à missa na Basílica, e eu entendo o porquê!
Segui em direção à visita dos dois batistérios da cidade, o Neoniano e o Ariano. O Batistério Neoniano foi construído sobre os antigos banhos romanos e é o monumento mais antigo da cidade.
Seus mosaicos retratam o batismo de Jesus Cristo por São João Batista no Rio Jordão. O Batistério Ariano é bem pequeno e retrata também em minuciosos detalhes o batismo de Jesus Cristo cercado pelos 12 apóstolos.
Depois de visitar 3 monumentos, uma parada estratégica para experimentar uma das delícias mais tradicionais de Ravena: a piadina. Um típico pão que os italianos aprenderam a fazer no Oriente Médio, daí a semelhança com o pão árabe, embora seja mais fofinho e o gosto seja bem diferente.
A piadina pode ser servida para acompanhar as refeições, mas eu comi em forma de sanduíche, recheada de prosciutto di parma, tomate e mozzarella de búfala! Uma combinação deliciosa!
No caminho, ainda passei por um mosaico bem diferente dos outros da cidade: uma instalação do Space Invader, artista francês que se inspira naquele joguinho dos anos 80 para criar arte de rua no mundo todo :)
O passeio continuou até a Basílica de São Vital, o lugar que mais me impressionou com os mosaicos. Confesso que já estava satisfeita de ver os mosaicos, mas foi só colocar o pé dentro desta basílica que Ravena me conquistou de vez!
Os luminosos mosaicos localizados no altar desta igreja deixam qualquer um encantado, e o contraste do verde com o amarelo é um convite para sentar e ficar admirando cada detalhe das histórias contadas nos desenhos formados pelas peças coloridas.
Do lado de fora da basílica, encontra-se o Mausoléu de Gala Placídia, construído com o formato de uma cruz para Gala Placídia, imperatriz romana do século V. É o mais antigo monumento de Ravena a preservar sua decoração interna em condições próximas da original e chama muita atenção pela cor azul royal, predominante nos mosaicos.
Ravena pode ser visitada tranquilamente em um dia e é um ótimo bate-e-volta a partir de Bolonha, mas se deseja conhecer outros monumentos da cidade afastados do centro (ou se preferir continuar a viagem de lá, sem voltar para Bolonha) é uma boa opção o Hotel Centrale Byron, localizado no centro histórico.