Roteiro Escócia: lagos, castelos e whisky
O país é pequeno – cem vezes menor do que o Brasil e com uma população que não chega à da região metropolitana do Rio de Janeiro – mas não se engane: a Escócia apresenta tantas atrações para seus visitantes que uma só viagem não dá nem para o começo.
São mais de 700 ilhas, centenas de castelos, cidades medievais, montanhas que não acabam mais, rios, mares, lagos (muitos lagos!) e parques que deixam entusiasmados os atletas da natureza que vêm de todos os cantos do mundo para praticar ciclismo, arvorismo, trilhas, bicicross, sky running e Deus sabe lá que outros esportes que nem fazem parte do meu repertório. E a rota do whisky, claro – sempre tem o whisky.
Traçar um roteiro foi difícil, pois a cada vez que eu olhava o mapa descobria mais alguma coisa para visitar. Quem gosta de andar sem destino, pode cair na estrada: em qualquer cidadezinha que você chegar por acaso, e mesmo no caminho entre elas, haverá natureza, história e um registro cuidadoso e atraente de toda essa cultura.
O país uma excelente estrutura de turismo e, em todo lugar tem um passeio de barco, um trem ou um teleférico, para garantir o encantamento.
Mesmo na alta temporada do verão europeu, em julho, não existe engarrafamento e dá sempre pra arrumar um bed & breakfast para se hospedar – nem que seja o Bosta, perto de Inverness, que, apesar do nome, tem até TV e máquina de chá :D
O ideal é alugar um carro na Escócia. Apesar do inconveniente de dirigir “do lado errado”, o carro pode lhe dar a mobilidade que os trens e ônibus não dão. Assim, você não fica preso aos horários e as milhas que separam você do outro ponto de interesse são ultrapassadas sempre em menos meia hora.
É claro que a gente estranha a mão inglesa, mas a gente se acostuma depois que passa a tensão inicial. No começo, se não prestar atenção, a gente acaba subindo num meio fio ou procurando a marcha na porta do carro. Talvez a adaptação fosse mais fácil se eu tivesse alugado um carro com câmbio automático.
Como foi o nosso roteiro
A ideia de viajar pela Escócia surgiu quando minha irmã se mudou para lá. O Claudio, marido dela, está desenvolvendo uma pesquisa no campo da biocomputação na Universidade de Dundee. A saudade de estar com eles e com meus sobrinhos foi o que me levou a descobrir as belezas do norte do Reino Unido.
São três as maiores cidades da Escócia: Glasgow, Aberdeen e a capital Edimburgo (que eles pronunciam “Edimbrá”). Dessas, conheci pouco nessa primeira visita. Aproveitamos o verão para explorar a região do Lago Ness e a Ilha de Skye num roteiro de 3 dias pelas Highlands.
Também fizemos alguns passeios de um dia a partir de Dundee, para conhecer a charmosa cidade de St. Andrews e os belos lagos e castelos de Loch Lomond e Loch Katrina. Esses são dois lagos enormes e próximos um do outro, ao norte de Glasgow. Nas cidadezinhas que ficam à beira d’água, chamadas Luss e Baloch, há vários barcos, pedalinhos e cantos com vistas deslumbrantes.
Nós ainda fomos surpreendidos com uma grande festa de jogos de verão. Divertidos, muito diferente dos jogos que estamos acostumados por aqui e muito concorridos – as cidades estavam cheias de gente.
A viagem até lá dá menos de duas horas, se você for direto de Edimburgo, e a estrada é boa. Você pode se programar para almoçar por lá, e, se sair cedo, ainda poderá visitar Doune e Stirling. É comum ver famílias ou pequenos grupos acampados à beira dos lagos – uns preferem traillers, outros usam barracas de camping mesmo.
St. Andrews, com suas ruínas de castelo e catedral, também é muito bacana. A cidade foi palco dos grandes confrontos religiosos da Escócia e é o lugar onde foi inventado jogo de golfe (os clubes de lá são famosos).
Foi lá também que o príncipe William e a Kate se conheceram, quando estudavam na renomada faculdade de St. Andrews. Recomendo muito o passeio, é bem interessante e a viagem de Edimburgo até lá leva menos de uma hora.
As tais destilarias escocesas
Não fiz a rota completa de destilarias do nordeste escocês (chamada Malt Whisky Trail) mas, no país do uísque, claro que eu não poderia deixar de incluir algumas no meu roteiro. Eu visitei a destilaria que é a bestseller da Escócia – The Famous Grouse, perto de Doune – e na menor destilaria do país – a Edradour, que vende o charme de ser exclusiva. O whisky Edradour não pode ser comprado em nenhum outro lugar, só lá em Piltchory.
Outra muito tradicional é a Royal Lochnagar, que faz um dos whiskies mais valiosos (caros) do mundo. É a destilaria fornecedora oficial da Família Real Britânica, e fica bem pertinho do Palácio de Balmoral.
Pra quem não entende e nem curte muito uísque, o processo de produção de todas elas pareceu bem similar. Cheiros e sabores me fizeram acreditar que eu poderia visitar 2 ou 10 destilarias e veria basicamente a mesma coisa (os entendidos no assunto que me critiquem e corrijam). Agora, se você é aficionado pela bebida, vale conhecer a Malt Whisky Trail se dedicar mais à degustação dos uísques mais famosos do mundo.
Se você quiser saber mais sobre o Lago Ness e Isle de Skye, dá uma olhada nesse outro post aqui no blog!