3 designers de joias para conhecer na viagem pra Europa
Ano passado eu resolvi mudar um monte de coisas na minha vida e colocar alguns sonhos em prática. Um deles era viajar, algo que eu sempre quis mas nunca tive coragem de fazer – porque quem é dono do próprio negócio não pode parar de trabalhar, né. Tomei coragem e embarquei no roteiro de uns amigos. Melhor decisão que já tomei.
Aquela pontinha de culpa por parar de trabalhar por 1 mês deu adeus quando decidi aproveitar o momento pra buscar inspiração pra novas coleções e conhecer o trabalho de gente que eu admiro.
Os designers de joias europeus têm uma visão bem diferente do que o que a gente está acostumado a ver por aqui. Talvez porque a moda lá é mais permissiva, e as pessoas curtem usar a criatividade pra se vestir sem muita vergonha, as possibilidades de formas e cores se ampliam ao infinito. Eles usam muitas cores, materiais que não são considerados nobres, formatos e tamanhos inusitados. E broches. Muitos broches.
Para quem gosta de moda e design, essas são minhas 3 dicas para começar a descobrir o mundo dos designers de joias na Europa:
1. Hans Appenzeller em Amsterdam
Amsterdam é uma cidadezinha bacana pra quem curte design, tanto pela tradição que a cidade tem na arte, pelo legado de Rembrandt, quanto pela cultura de vanguarda. Tem de um tudo lá, o clima é alegrezinho (fui em agosto, o verão estava animado), as pessoas parecem ter cabeça bem aberta.
Dos designers de joias que eu admiro, tem pelo menos uns 4 com atelier lá: Hans Appenzeller, Rob Koudijs, Ra, Grimm Sieraden… E tem o Rijksmuseum, museu de arte moderna conhecido por ter uma coleção de joias bem legais.
A galeria-loja-atelier do Hans Appenzeller fica pros lados do Red Light District, numa daquelas ruazinhas apertadas que te levam em direções muito doidas (Grimburgwal 1).
O trabalho do Hans é uma mistura de delicadeza e ultraje. Ele faz peças lindíssimas, com metais e pedras variados. Tem umas correntes, umas peças flexíveis que são de cair o queixo. Vale a visita.
E eu dei uma sorte danada. Cheguei lá, “oi, tudo bem? queria só ver as peças, pode? sou fã do trabalho do Hans”. “Claro, fique à vontade”. Dois minutos depois, adivinha quem aparece? O próprio. E bateu altos papos comigo, me explicou um pouco sobre o trabalho dele… Eu estava mais feliz que criança na Disney! :D
2. Designers de joias indies em Berlim
Se Amsterdam é uma cidade legal para uma pessoa que gosta de arte e design, Berlim é um lugar que essa pessoa tem que visitar todas as vezes que for à Europa.
A cidade é enorme, super variada, tem muita arte de rua, lojas de fotografias incrííííveis e muitas, muitas lojinhas com artesanatos e coisas descoladas. Detesto essa palavra, descolada, mas não sei qual outra usar. Foram 6 dias de passeios e festinhas, muita coisa pra ver nessa cidade que tem tanta história. O Museu da Bauhaus também estava no roteiro, claro – obrigatório para qualquer designer.
Mas teve um lugar que ficou no meu coração: perto da Rosenthaler Platz tem um espaço chamado Hackeschen Höfe. São uns pátios com lojinhas, restaurantes e cinema. Diversão garantida pra qualquer um. Mas po, Sarah, você vai falar de lojinha, sério? Vou. Essa é especial.
A Promobo (Rosenthaler Straße 40-41) é uma lojinha para pequenos produtores mostrarem seu trabalho. A loja tem umas prateleiras tipo umas caixas, que é o espaço que os produtores alugam pra expor e vender seu trabalho. Tem roupa, artesanato, coisinhas mil. E tem as joias. Cara, tem as joias.
Nessa lojinha pequena tem uma parte só com joias incríveis de designers que devem ser assim, pequenos como eu, mas com um nível de excelência que eu fiquei louca só de ver. Gastei um tempo na loja para olhar tudo com carinho.
Como era muita gente, e já deve ter mudado a vitrine, não vou citar ninguém. Mas vou lançar o desafio: quero ver alguém conseguir passar na Promobo e sair sem comprar nada.
3. Esculturas nas joias suíças de Stefan Pauli
Berna é uma cidadezinha fofa, como são quase todas da Suíça. Boa pra passear de dia. Os bares fecham à meia noite e meia, e aí não sobra nada pra fazer, então nem perca tempo procurando noitada. Até tem, mas não vale a pena.
Fique em Zurique, que é bem mais agitado, e guarde um dia para fazer um bate-e-volta em Berna (é só uma horinha de trem).
Você pode passear pelo rio Aare (o tom de turquesa dele é realmente cativante, mas a água é gelada, eu só consegui dar um micro mergulho e nem quero lembrar da sensação congelante), visitar a livraria daquele livro “Trem Noturno Para Lisboa“, mas também pode procurar as artes de lá. E tem. Menos que Amsterdam e Berlim, mas tem. E uma galeria me chamou a atenção.
Foi a Galeria Stefan Pauli (Gerechtigkeitsgasse 13), que fica ali no centrinho, perto do relógio famoso que tem lá.
Eu passei lá num domingo, claro que a loja estava fechada, mas eu fiquei de queixo caído na vitrine e tive que voltar lá depois para ver direito.
O cara faz um trabalho esculpido que é emocionante. Tirei fotos clandestinas, queria guardar aquilo pra mim. Era uma mistura de clássico com moderno, umas texturas diferentes, não sei se eu sei explicar. Me lembraram as esculturas de Giacometti, de certo modo. Tá aí outro designer com quem eu adoraria encontrar e bater um papo.
Ah! Não posso esquecer de mencionar, pra galera que desenha, que em Berna tem uma loja de três andares só de lápis, canetas, tintas e papéis especiais: a Lachenmeier Farben (Aarbergergasse 56). Não é uma papelaria. É uma loja especializada em material de desenho e pintura. Nem vou lançar desafio de novo, porque esse ninguém vai conseguir mesmo.
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