A map for Saturday: o filme que todo mochileiro tem que ver
No último fim de semana, eu finalmente assisti ao filme A map for Saturday. Foi emocionante! Nunca fiz uma viagem RTW (round the world), mas já fiz algumas viagens de mochilão e me identifiquei com cada pedacinho da história de Brook, um nova-iorquino que passa 11 meses rodando o mundo.
Ele começa pela Austrália, depois percorre o Sudeste Asiático, segue pela Índia e pelo Nepal e então vai para a Europa, antes de encerrar na América do Sul.
Ao longo da viagem, Brook vai relatando suas experiências e entrevistando outros viajantes que conhece por aí. Quem já fez um mochilão sabe exatamente do que eles estão falando: o início da jornada é marcado não só pela empolgação, mas pela insegurança.
Aos poucos, a gente vai se confrontando com os nossos medos e vai colocando os nossos antigos conceitos em perspectiva. É impossível não voltar diferente de uma viagem assim.
Os amigos que a gente faz pelo caminho, companheiros de viagem e de albergue, em bem pouco tempo passam a ter um papel importantíssimo na nossa vida.
Eu aprendi muito com as pessoas que, por alguns dias, compartilharam uma cidade comigo. Cada um que conheci me contou sobre os lugares onde esteve, o país de onde veio, as histórias que viveu.
Também teve aqueles que me ensinaram a cozinhar, que me ajudaram a resolver algum perrengue, e os que me levaram a mudar o roteiro.
Às vezes, essas pessoas que até ontem você nem conhecia são aquelas que estarão ao seu lado no Natal, no réveillon, no seu aniversário ou quando você está com o coração partido. As amizades são intensas, ainda que por um curto período.
Dizer adeus, por outro lado, vai se tornando exaustivo. E em vários momentos Brook também mostra como é difícil viajar sozinho, mas ainda sim há algo de engrandecedor em aprender a lidar com a solidão.
A bem da verdade, em certo ponto da viagem, todo o processo se torna exaustivo: fazer as malas constantemente, trocar de cidade, se deparar com mais um idioma estranho, ter um milhão de novas informações para digerir todos os dias… Mas, ao mesmo tempo, a gente já não consegue se imaginar de volta à “vida real”.
Vendo o documentário eu reparei quantas situações e emoções difíceis a gente encara numa viagem dessas. Sinceramente, eu não sei explicar ao certo o que leva uma pessoa a sair de casa para passar por tudo isso. Mas alguma coisa nos move. E apesar dos desafios, temos convicção de que essas experiências nos engrandecem.
Quando enfim a gente volta, a gente vê a nossa cidade de um jeito diferente, a gente sente uma dificuldade enorme de retomar a rotina e, ao mesmo, adotamos um olhar mais curioso sobre o lugar onde sempre vivemos.
No fundo, a gente sabe que nenhum amigo aguenta ficar ouvindo todas as histórias da viagem… rs! Mas não há dúvidas de que aquelas experiências marcaram para a vida inteira.
Não importa quantas paradas teve o seu mochilão, nem quantos sonhos você teve oportunidade de realizar, você sabe que a sua lista de sonhos só aumentou. Você volta para casa com a certeza de que essa não será sua última viagem.