Toda a arte do Guggenheim Bilbao
Ver a exposição Desenhos na Casa da Gávea, do artista americano Richard Serra, me deu a maior saudade de Bilbao, cidade espanhola que visitei em 2011.
Naquela viagem pela Espanha, resolvi comemorar meu aniversário na região basca e me apaixonei pela linda cidade de San Sebastian – meu ponto de partida para uma visita rápida a Bilbao.
Depois de ter passado por um longo período de declínio de sua vocação industrial, a Bilbao passou por um processo de revitalização marcado pelo urbanismo monumentalista, no qual o projeto de um novo museu da fundação Guggenheim cumpriria papel central.
Eu, aficionado por arquitetura e arte, não poderia deixar passar a oportunidade de conhecer o museu. A exemplo de outras filiais do Guggenheim – como Nova York e Abu Dhabi – o prédio do Guggenheim Bilbao é uma obra de arte em si.
Apesar de algumas pessoas desdenharem do acervo do museu, dizendo que mais vale conhecê-lo por fora, discordo completamente.
É certo que o projeto monumental do arquiteto Frank Gehry e as obras ao ar livre de Jeff Koons, Anish Kapoor e Louise Bourgeois já fazem valer a visita, mas uma boa exposição ou um tour guiado podem fazer você se encantar ainda mais pela arte contemporânea.
Dificilmente serão vistas as mesmas obras, já que as exposições em cartaz nos diversos museus da fundação espalhados pelo mundo costumam se alternar.
Além disso, a obra site-specific de Richard Serra, “The matter of time”, encanta não só por sua grandiosidade, mas também por fazer o expectador imaginar todo o trabalho envolvido na sua idealização e concepção. Afinal, são toneladas de aço contorcido nos mais variados formatos e dispostos ao longo de uma das salas de maior proporção do museu.
Caminhar ao longo da galeria, interagindo com as obras, foi uma experiência única, sensorial e temporal. E eu tive a sorte de sentir isso de novo ao rever os trabalhos de Serra, agora no Rio de Janeiro.
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