O melhor do Residenz, o palácio real de Munique
O Residenz de Munique era onde moravam os Duques e Reis da Baviera desde 1508 até 1918. Ao longo dos anos, o palácio foi sendo expandido e cada vez mais adornado. Hoje, é o maior complexo de museus da região sul da Alemanha.
O valor do ingresso pode variar, de acordo com as exposições que você quer ver. Nós pagamos € 13 pelo ticket que dava direito a visitar, além do palácio residencial, a Câmara dos Tesouros e o Teatro Cuvilliés.
São mais de 130 cômodos, todos altamente decorados com móveis, peças de ouro e tapeçaria. Aqui a gente fez uma seleção dos nossos preferidos, os mais legais, que merecem uma atenção especial :)
O Antiquarium foi um dos primeiros a tirar nosso fôlego, com sua galeria de 66 metros de comprimento que guarda uma grande coleção de bustos e esculturas clássicas e renascentistas.
Outro trecho interessante logo no início da visita é a coleção de porcelanas trazidas da China em 1600, tão valiosas quanto joias. Às vezes, ourives europeus ainda acrescentavam ornamentos de ouro – eventualmente chegando a transformar a peça tão completamente que um vaso de flores poderia se tornar um candelabro.
Desenhada pelo mesmo arquiteto que projetou o Teatro Cuvilliés, a Galeria dos Ancestrais exibe mais de 100 retratos da família Wittelsbach em molduras douradas, formando um corredor impressionante.
O Salão Imperial, onde eram os bailes da corte, também está na lista dos imperdíveis. Vale observar a escadaria que leva ao salão, toda ladeada por colunas de mármore. Menos luxuoso mas bastante curioso é o Black Hall, cujo teto foi pintado para parecer muito mais alto do que realmente é, numa ilusão de ótica bem interessante.
Seguindo a visita, a gente passa pela pequena Capela Raiche, construída em 1607 para o Duque Maximiliano I e sua esposa. Ali está mantida a preciosa coleção de relíquias religiosas do casal – e a própria capela é incrível, com paredes e piso cobertos de mármore colorido.
Mas o maior local de oração do complexo do palácio é a Igreja de Todos os Santos, que foi quase completamente destruída na II Guerra Mundial e só reabriu ao púbico 2003. Após a reconstrução, a igreja ganhou um ar mais moderno com o interior sem revestimento e passou a ser usada como sala de concertos. É chocante ver a imagem de como a igreja era em meados de 1800 e como ficou depois dos estragos da guerra.
Já no final da visita fomos ver a Câmara do Tesouro, outra grande atração, que exibe joias medievais e clássicas, peças religiosas e tesouros de guerras (por isso tantos objetos de origem turca). Uma das nossas peças preferidas foi uma pequena estátua de São Jorge adornada com rubis – o santo era o padroeiro da família real da Baviera.
Acho que devo mencionar também a Grottenhof, uma espécie de gruta com fontes cobertas de conchas. É bonito, há quem considere totalmente fantástico e imperdível, mas achei meio esquisito.
A gruda fica de frente para um jardim interno do palácio, que deve tornar o cenário mais bonito num dia de sol. Não demos essa sorte no dia em que visitamos o Residenz – chovia sem parar e a passagem para o jardim estava fechada com uma cortina de plástico…
Bem ao lado, uma “pequena grande descoberta” que se mostrou útil por todo o resto da viagem: na Alemanha, portas com dois zeros indicam que ali é um banheiro! Fiquei procurando plaquinhas de “WC” um tempão… jamais teria adivinhado!
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Anexo ao complexo do Residenz, o Teatro Cuvilliés é riquíssimo mas não é grande: originalmente era reservado apenas para membros da corte, não era aberto ao público. Construído em 1751, é um dos poucos teatros europeus da época que ainda está de pé, e uma obra-prima do estilo rococó.
A entrada que leva ao teatro é pela Residenzstrasse, rua que acompanha a lateral do palácio e que foi palco de importantes acontecimentos históricos. Mesmo que você não pretenda visitar o Cuvilliés, não deixe de passar por ali, pois a fachada deste lado do prédio é muito curiosa. Assim como no Black Hall, a pintura é usada para criar uma ilusão de ótica e simular a arquitetura renascentista.
Ouvi dizer que isso foi porque a prefeitura de Munique se recusou a aumentar os impostos dos cidadãos para restaurar os detalhes originais danificados na guerra. Não consegui confirmar em nenhuma fonte oficial, mas se essa história é verdade, é maneiríssima!
Ah! Antes de ir embora, a tradição manda tocar o focinho dos leões de bronze que guardam a entrada, para dar boa sorte! ;)