Roteiro Gaudí em Barcelona: arquitetura e arte
Barcelona é uma cidade culturalmente riquíssima e seria um absurdo reduzi-la a isso, mas o legado arquitetônico de Antoni Gaudí é algo tão peculiar e tão presente que marca definitivamente a viagem. Muitas de suas obras se tornaram pontos turísticos imperdíveis, e vale a pena conhecer as casas e monumentos criados por Gaudí em Barcelona.
Logo na primeira volta pela cidade me deparei com o mestre: os postes da Plaça Reial levam a assinatura de Gaudí. Ali, naqueles postes tão ornamentados, já se vê muito do modernismo catalão – uma derivação local da art nouveau.
A inusitada Casa Batlló
A Casa Batlló (próxima ao metrô da Passeig de Gràcia) é bem representativa da criatividade ousada do arquiteto catalão, com seus mosaicos coloridos e as sacadas que parecem caveiras na fachada cheia de curvas. Por dentro, ela é ainda mais impressionante!
Recentemente descobri o site Gaudi Designer, que mostra cada uma das peças de decoração e acabamento desse e de outros prédios projetados por ele –os móveis de madeira, os candelabros de ferro, as cerâmicas, os vitrais… Vale observar os detalhes.
La Pedrera: Casa Milà
Na mesma avenida, uns três quarteirões pra frente, está La Pedrera, como ficou conhecida a Casa Milà. É possível visitar um dos apartamentos com a mobília de época em estilo art déco. Mas a grande atração de lá é o terraço, com suas ondas e espirais (repare no alto da foto).
La Pedrera também oferece uma exposição sobre o processo criativo de Antoni Gaudí, com desenhos de seus projetos e vídeos documentários sobre sua trajetória. Dizem que quando ele se formou, o reitor disse: “Não sei se estamos a conceder o diploma de arquiteto a um gênio ou a um louco. Só o tempo dirá”. Acho que nem o tempo sabe ao certo ainda.
La Sagrada Familia
Deixei por último (no post e na viagem) as duas obras mais grandiosas: a Basílica de La Sagrada Familia e o Parc Güell. A Sagrada Familia é uma enorme igreja com 18 torres. São tantos detalhes entalhados na fachada que é impossível decifrá-los todos.
O projeto, assumido por Gaudí em 1883, ainda está longe de ser concluído. De tão grandiosa e complexa, a Sagrada Familia só deve ficar pronta em 2026, no centenário da morte do arquiteto.
Quando visitei o templo, obviamente eu sabia que ainda estava em construção (e isso se fazia evidente com os andaimes do lado de fora), mas confesso que tive uma certa surpresa quando me deparei com… um canteiro de obras! Marceneiros pra lá, placas de gesso pra cá… Achei engraçado.
A parte mais linda da Basílica são os vitrais que fazem toda a igreja ficar colorida por dentro quando entra a luz do sol ♥ Mesmo sabendo que o ingresso é caro, cada centavo vale a pena só para ver as cores dos vitrais!
Parque Güell
Mas o momento mais esperado da viagem foi, sem dúvida, o Parc Güell. O parque merece um belo dia de sol, para apreciar todo o colorido. Me emocionei demais ao chegar naqueles bancos de mosaico com vista para as casinhas que pareciam ter cobertura de marshmallow. A essa altura, a câmera já estava quase sem bateria e acabei o passeio com muito menos fotos do que eu queria…
Reserve um bom tempo para explorar os jardins, passear entre os pilotis Sala Hipostila, visitar a casa-museu e, ainda, se acotovelar com milhares de outros turistas por uma foto com a colorida Salamandra no meio da escadaria do parque.
Em uma parte mais afastada, no alto do Parc Güell, está a Colina de las Tres Cruces (ou, muito mais divertido em catalão, El Turó de les Tres Creus). A ideia de Gaudí era construir uma capela, mas daí encontraram uns fósseis pré-históricos ali e então ele acabou criando uma espécie de monumento megalítico. A vista da cidade de Barcelona do alto dessa colina é de tirar o fôlego.
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