Pamukkale: uma cascata de piscinas azuis na Turquia
Uma das viagens mais emocionantes e significativas da minha vida foi para a Turquia. O país possui paisagens únicas e um dos lugares que eu tinha que conhecer era Pamukkale, ou Castelo de Algodão, em Hierápolis.
De longe parece até uma geleira, mas o que forma as piscinas de Pamukkale é calcário branco, formado pela solidificação da calcite que sai junto com as águas das fontes termais.
Pamukkale faz parte da lista de Patrimônio Mundial da UNESCO, tanto pelo seu valor natural quanto cultural.
Seus registros datam do período helenístico, quando as suas fontes termais naturais transformaram a cidade de Hierápolis, fundada em 197a.C, em um centro de cura.
Dominada por Roma em 133 a.C. e destruída por um terremoto em 60 d.C., a cidade se reergueu e teve um outro momento de glória nos anos de 196 a 215, caindo em declínio no século VI.
Dá pra visitar não só as formações inusitadas do calcário branco, mas também o sítio arqueológico de Hierápolis, com ruínas de monumentos romanos destas épocas!
Os terraços de água de Pamukkale
Mas a Pamukkale que visitamos hoje é artificial. Isso mesmo! A parte aberta ao público foi formada artificialmente para preservar as formações originais que estão segregadas em pavimentos abaixo do lado turístico.
Só se pode caminhar sobre o calcário de Pamukkale com os pés descalços. A sensação de pisar no calcário molhado é engraçada… parece que a todo momento você vai levar um tombo e sair escorregando! Mas apesar da aparência, o solo tem uma textura que não desliza tanto.
As águas são claras mas não são transparentes, por terem muitos minerais. Muitos turistas vão de roupa de banho e ficam deitados nos pequenos tanques de calcário como se fosse uma jacuzzi. Como estávamos no início da primavera, a temperatura ainda estava relativamente fria, mas no verão faz bastante calor!
Mesmo com todo o seu valor histórico e natural – não há outro lugar do mundo como este – infelizmente Pamukkale está em sérios perigos de extinção, por causa da redução do volume de água que corre por lá atualmente (e que é fundamental para a formação e continuação das formações calcárias) e também pelo risco de contamição da água por agrotóxicos das fazendas das regiões.
Mas ainda hoje muitas pessoas vão até Pamukkale em busca de cura, como nos tempos antigos. Tomara que este lugar extraordinário mantenha sua beleza por muitos anos ainda!
Conta a lenda que Cleópatra adorava ir até Pamukkale em busca das suas termas medicinais. E daí vem uma das grandes atrações do local, as “Piscinas de Cleópatra” com fragmentos de colunas de mármore sob as águas.
Obviamente a piscina original não existe mais, mas uma outra Piscina de Cleópatra foi construída em cima das ruínas e a gente pode nadar sobre as antigas colunas romanas.
Para se banhar como a rainha egípcia tem que pagar um valor à parte, porém esta eu não encarei… mas o visual é muito bonito.
Como chegar em Pamukkale
A Turquia é um país grande – tudo é bem longe e a gasolina lá é cara. Alugar um carro a partir de Istambul pode ficar caro já que a distância é de quase 600 km. A dica aqui é pegar um avião de Istambul até Esmirna (ou procurar como Izmir). Há vôos que custam em torno de R$300-500 sem taxas.
Aproveite e explore Esmirna por 1 dia inteiro e depois separe outro dia para explorar Pamukkale e o sítio arqueológico de Hierápolis.
Para chegar em Pamukkale a partir de Esmirna, o trem da companhia T.C. Devlet Demiryolları é a opção de transporte com melhor custo-benefício.
Você tem que acordar cedo porque o trajeto é de quase 5 horas até a estação de Goncalı, de onde se pode pegar um taxi até as termas.
Dependendo do hotel que você escolher, poderá se informar sobre a possibilidade de passeios guiados até Pamukkale. Há muitas empresas que oferecem o serviço.