3 dias de carro nas Highlands
Fizemos a nossa viagem pela Escócia a partir de Dundee, a cerca de uma hora ao norte de Edimburgo, onde estávamos com a família. Era pleno verão escocês, e os dias longos de julho facilitaram muito nossos passeios – o dia clareava antes das 5 da manhã e só escurecia depois de 11 da noite.
Fizemos um roteiro para aproveitar o fim de semana e passamos sexta, sábado e domingo pelas estradas das Terras Altas, as famosas Highlands.
Para ir direto de Edimburgo a Inverness, cidade que fica bem na ponta do Lago Ness, levaríamos um pouco menos que 3 horas, mas nós adoramos demorar bem mais do que isso.
Fomos passeando e conhecemos lugares muito charmosos, como Perth e Pitlochry. No caminho, passamos também por uma parte do Cairngorms Park, o maior parque nacional do país.
Passamos uma noite em Inverness, onde fizemos o tradicional passeio de barco para “procurar o mostro do Lago Ness”.
Na região, tem centro de pesquisa sobre o assunto, museu e incontáveis lojas de souvenir cheias de monstrinhos de pelúcia, chaveirinhos e outras bugigangas temáticas.
A verdade é que não tem nada de especial no passeio de barco – achamos o tour no Loch Katrine mais interessante que esse. O grande mistério que deu fama ao Loch Ness está muito mais relacionado com a profundidade e escuridão de suas águas do que com aquilo que se pode ver na superfície.
Além do mais, sentimos o maior frio! O vento gelado no meio do verão me fez pensar que eu não gostaria de estar ali nas épocas mais frias.
A algumas milhas de Inverness, com uma bela vista sobre o Lago, está o Urquhart Castle, um dos mais bacanas de visitar, que já foi um dos maiores castelos escoceses e objeto de disputa na luta pela independência da Escócia contra os ingleses.
Deixamos Inverness por volta das 11h da manhã e resolvemos seguir a sugestão de uma amiga: descemos o Loch Ness pela margem esquerda, até chegar à estrada para Isle of Skye. O caminho é lindo, enfeitado de paisagens deslumbrantes e castelos à beira do lago.
Bem perto da Ponte de Skye, passamos pelo castelo de Elian Donan, uma nítida impressão de viagem no tempo – estávamos diante de uma construção medieval que, ao longo de séculos, testemunhou batalhas contra os vikings e contra os espanhóis.
Viajamos um pouco mais de duas horas para chegar até Portree, a capital da Ilha de Skye. Visitamos apenas o porto e o centro, que é muito bonitinho, e logo tivemos que seguir viagem para chegar ao nosso próximo hotel, em Spean Brigde, em Fort William.
Skye tem uma paisagem árida, mas, pelo que li, tem recantos deslumbrantes, que não pudemos conhecer dessa vez.
Acho que vale a pena se programar para passar uns dias lá e explorar as trilhas que levam a vilarejos e cachoeiras – ainda que a famosa Fairy Pool não seja tão azul no mundo real quanto naquelas fotos mágicas do Pinterest…
Na manhã seguinte, visitamos Glenfinnan, onde está o viaduto que aparece no filme Harry Potter, e Glencoe, a maior montanha do país. Há um passeio de trem, considerado um dos bonitos do mundo, que passa por esse viaduto. O trajeto completo vai de Fort William a Mallaig.
Partimos então em direção à Oban, onde chegamos perto da hora do almoço. A cidade é linda e tem uma espécie de Coliseu bem no alto – coisa de um morador “excêntrico” que resolveu investir no monumento, que oferece uma vista linda da cidade, mas não explica exatamente a que veio. Em Oban, além de visitar a destilaria, há opções de passeios de barco para as ilhas de Mull e Iona.
No caminho de volta à Dundee, outras tantas cidades lindas, como a simpática Callander. O roteiro foi puxado, mas conseguimos cruzar o país e nos divertir muito nesses três dias rumo às Highlands.