Tatuagens de viagem: histórias reais
Viajar é uma experiência intensa! A gente conhece lugares, pessoas, histórias, estimula todos os nossos sentidos e testa os nossos limites. Pra essa galera aqui, a melhor forma de lembrar para sempre todas as emoções de uma grande aventura é tatuar na pele!
Conheça a história de 8 viajantes e suas tatuagens de viagem:
Mochilão improvisado
Felipe tinha passado 2 anos juntando dinheiro para realizar o sonho de fazer um mochilão pela Europa. Em 2008 ele partiu para a tão esperada viagem e fez tudo do jeito que queria: sem grandes planejamentos, esticava a estadia quando achava um lugar legal e escolhia a próxima cidade só na véspera da partida. Em quase dois meses, viajou por 13 cidades e, no meio do improviso, foi parar em Madri.
Certa noite, quando o museu Reina Sofia já estava prestes a fechar, Felipe teve a oportunidade de ficar cara a cara com Guernica, obra prima de Pablo Picasso, numa sala em que já não havia mais ninguém. Isso é mais ou menos como estar sozinho no Louvre diante da Monalisa – uma oportunidade que pouca gente tem.
Foi ali que ele decidiu fazer uma tatuagem que representasse tudo aquilo que o mochilão significou para ele: a aventura, as experiências, as amizades e mesmo a impulsividade daquela viagem estariam marcadas para sempre, representadas por um trechinho do Guernica.
“Madri foi o verdadeiro trunfo da minha falta de planejamento. Pude conhecer a cidade com a galera de lá, andar pela Malasaña… Foi muito mais do que fazer passeios turísticos”.
A cidade dos sonhos
Thaiane não fez exatamente uma tatuagem de viagem, mas uma daquelas que se faz como uma declaração de amor. Desde que se entende por gente, a estudante de jornalismo tem um fascínio inexplicável por Londres.
“Tenho muita curiosidade pelo lugar e pela história. Sempre que posso estou em busca de alguma coisa nova sobre a Inglaterra, pelo simples prazer de conhecer, ainda que via internet por enquanto”.
Mas o sonho já passou a ser um objetivo e Thaiane faz planos de passar uma temporada lá, o que ainda pode fazer a tattoo crescer: “Talvez a data da primeira viagem também acabe se incorporando ao desenho”.
Paola também já tinha se apaixonado por Nova York antes mesmo de visitar pela primeira vez, em 2007. Mas foi em 2012, quando fez um curso de moda na cidade, que resolveu marcar a skyline da cidade na pele.
“Manhattan vista do Brooklyn é uma das paisagens mais bonitas e representativas de Nova York. Selecionei mil fotos da internet e levei pro estúdio, daí o tatuador desenhou uma versão final juntando todos os ícones e prédios que eu queria, incluindo o World Trade Center, porque sem as Torres Gêmeas não seria uma skyline tão característica”.
Imersão cultural
Às vezes a experiência que mais marca uma viagem é o contato com a cultura local. Em fevereiro deste ano, Thiago fez um roteiro entre Peru e Bolívia que ficará na lembrança por motivos que vão muito além dos cenários incríveis dos vales, dos picos nevados, do deserto de sal e dos caudalosos rios que cortam os Andes.
“Os povos aymara e quéchua mantêm viva as tradições indígenas, suas vestimentas coloridas e chapéus que casam de forma muito harmônica com a paisagem e o intenso azul do céu nos Andes. A região fica ainda mais bonita”.
A cruz andina (que, para as civilizações pré-colombianas, representava a “mãe terra” e a astronomia) é ainda hoje um símbolo da cultura da região, e foi esse o desenho que Thiago tatuou.
A imersão cultural também foi uma prioridade para Thais, que fez intercâmbio na Holanda por pouco mais de 1 ano. Ela quis ficar numa cidade que não fosse muito turística, para vivenciar ao máximo a cultura local, e por isso escolheu estudar em Utrecht, a 30 minutos de Amsterdam.
A tattoo não poderia ser mais representativa: a Holanda tem quase mais bicicletas do que habitantes e foi lá, durante o intercâmbio, que a Thais aprendeu a pedalar!
“No começo foi um pesadelo! Logo no primeiro mês eu sofri um acidente de bike e levei 7 pontos no calcanhar esquerdo… Mas quando finalmente consegui aprender, graças à ajuda dos meus amigos que tiveram muita paciência e persistência para me ensinar, foi o sentimento mais libertador que já senti! Minha tatuagem não podia ser outra”.
Espírito aventureiro
E quando a tattoo representa, mais que uma viagem, um estilo de vida? Prestes a completar 30 anos, Heda Wenzel e seu marido Duda resolveram tirar um ano sabático para tornar realidade um sonho antigo: fazer uma volta ao mundo.
“Nessa idade a gente faz aquela reflexão básica sobre a vida, é normalmente uma época em que entram em pauta outros projetos como casamento, filhos, imóvel… E conhecer o mundo era um projeto de vida que nós dois sempre tivemos. Foi uma experiência muito significativa e especial”.
Os dois viajaram juntos por 38 países e percorreram mais de 100 mil Km, entre agosto de 2012 e julho de 2013. No caminho, fizeram tatuagens em Bali, na Indonésia, e em Bangkok, na Tailândia.
“Como estávamos interessados em curtir as praias da região, deixamos para fazer as tatuagens nos últimos dias em cada país. Nossa intenção inicial era fazer uma tatuagem de bamboo, que é tradicional da Tailândia e tem muito nas cidades praianas, mas em Bangkok os estúdios com agulhas predominam”.
Um dos desenhos escolhidos foi uma rosa-dos-ventos, que os dois tatuaram para representar o viajante e aventureiro. Ela fez uma menor no tornozelo e ele uma grande na parte interna do braço.
“Viajar o mundo foi muito engrandecedor, tanto no sentido de autoconhecimento, mas também como oportunidade de descobrir a humanidade em uma profundidade que jamais pensamos, a ponto de nos fazer mais tolerantes, mais abertos ao novo, mais cidadãos do mundo”.
Para quem pensa em ir para o Sudeste Asiático, Heda dá a dica: “Vá com tempo. Essa região da Ásia é um dos melhores destinos do mundo, com as praias mais belas, a melhor comida, o interior mais espiritual e as pessoas mais boas de coração”.
A paixão por viagens também está marcada na tatuagem do andarilho que Guilherme fez nas costas, em 2013, pouco antes de seu segundo mochilão pela Europa e já com passagem comprada para o Peru.
Na verdade, Guilherme tem mesmo uma coleção de tatuagens de viagem! A primeira foi o nome escrito no alfabeto cirílico, da Rússia, feita em 2006. Seis anos depois ele fez outra, uma imagem de shrivatsa, representando a Índia.
“A Índia foi a minha melhor viagem! O Taj Mahal, a construção mais perfeita que o homem já fez, é um lugar que não se pode perder. Fica em Agra, a 2 horas de trem de Delhi. Mas também amei Varanasi, a cidade mais sagrada do hinduísmo. Aquela escadaria à beira do Rio Ganges é fantástica, um lugar espiritual, transcendental, incrível!”
Agora Guilherme já pensa em fazer sua quarta tattoo, na China, onde está morando. Só falta escolher o desenho!
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