Passagens do Sri Lanka
Um pouco antes de chegarmos ao Sri Lanka, em janeiro de 2009, uma bomba dos Tigres Tâmeis custou a vida de algumas pessoas, incluindo um ministro. Os dois grupos étnicos – os tâmeis e os cingaleses – não convivem lá muito bem e a guerra tinha acabado de rebentar, de novo. Tivemos contato basicamente com cingaleses, budistas, que falam um pouco (bem pouco!) de inglês.
Passamos pelo local quando íamos do aeroporto para o hotel. Havia bandeiras brancas (sim, brancas) indicando luto. O governo, então, resolveu contra-atacar de vez e começou a invadir o norte, basicamente controlado pelos tigres.
Visitamos o templo que guarda o dente do Buda, relíquia máxima do budismo, em Kandy. A história, melhor dizendo, as histórias do dente são sensacionais. Dizem que os portugueses, sempre muito tolerantes, roubaram o dente e o levaram para Goa. Em lá chegando, trituraram-no e jogaram o pó no mar. O dente, no entanto, se refez e voou de volta para o Sri Lanka! Não é incrível?
Recentemente, os tigres tâmeis puseram um caminhão-bomba em frente ao templo. Mas o dente é indestrutível! No templo, flores são oferendas que os milhares de fiéis fazem ao Buda. Não pude entrar de bermuda e tive que vestir meu lindo sarong!
Chegamos ao Orfanato de Elefantes, em Pinnawala, na hora em que os bichos terminavam de comer e foram para o rio tomar banho (eles não têm indigestão, dada a leveza da dieta vegetariana). Eram muitos, quase sessenta. Pinnawala está a 3 horas de carro da capital Colombo, na metade do caminho para Kandy.
O elefante do Sri Lanka não é brinquedo, não. Se o nome científico do elefante indiano é Maximus, o cingalês é Maximus maximus!
Tradição antiga e ainda bem viva são as máscaras. Há vários tipos – todos, a princípio, parecem assustadores. Oriundas do teatro, as máscaras também servem para proteção e decoração, além de ainda serem usadas em rituais e espetáculos de dança. Levamos para casa um modelo de pavão: um animal que, mitologicamente, come veneno mas não é por ele afetado, uma figura muito importante para o budismo.