Ziguezague pelas galerias de arte no Chelsea, em NY
Museus são o meu programa favorito em viagens :) Mas na última vez resolvi fazer um roteiro diferente e explorar as galerias de arte de Nova York.
Sou apaixonada por fotografia e arte moderna então comecei minha busca focada no Chelsea, já que a região é famosa por ser o berço de tudo que é novo e moderninho – mas depois decobri outras galerias incríveis na região de Midtown também.
Galerias de arte no Chelsea
Como Nova York é composta por quarteirões bem geométricos, decidi fazer um ziguezague entre as avenidas 10 e 11, a partir da rua 26, descendo até a rua 20 (seguindo mais ou menos o entorno do Highline Park).
Fiquei encantada com a quantidade e variedade de galerias! É uma ao lado da outra, todas com entrada gratuita. Circulei livremente entre elas e fui sempre bem recebida. Além de algumas já famosas, como a Gagosian e a Taglialatella, merecem destaque a George Bills, a Yossi Milo e a Sikkema Jenkins and Co., que foram as minhas preferidas.
Fiz esse passeio em uma terça-feira, mas, se você puder, vá em uma quinta. É quando normalmente se inauguram novas exposições – aproveite os coquetéis e a movimentação de gente interessante!
1. George Billis Gallery
As duas exposições principais na George Billis Gallery eram dos pintores Kenny Harris e Sarah Williams. Com estilos bem diferentes, ambos conseguem criar pinturas contemporâneas com técnicas de luzes e sombras maravilhosas.
Quem é viajante vai reconhecer cenários da Itália, da Turquia e da China nas obras de Kenny. Enquanto isso, Sarah usa cenas comuns do interior dos EUA mas chama a atenção pelo hiper realismo.
Seus quadros possuem um fundo preto profundo que simula a noite; ela cria uma luminosidade com tons de amarelo que nos permite “enxergar” as casas, restaurantes, carros e food diners típicos do centro-oeste americano. É incrível!
2. Yossi Milo Gallery
Sou suspeita, pois quem estava em cartaz na Yossi Milo Gallery era o fotógrafo africano Pieter Hugo – de quem sou fã! A exposição Born Free é um retrato da primeira geração de crianças nascidas pós-apartheid, na África do Sul e em Ruanda.
O tema é delicado e ele consegue trabalhar com texturas que te absorvem e fazem querer tocar nas fotografias.
3. Sikkema Jenkins and Co.
A galeria Sikkema Jenkins and Co. foi minha última parada nesse ziguezague pelo Village e, com certeza, a mais divertida! A exposição do momento era do brasileiro Vik Muniz.
Eram obras que misturavam materiais físicos com fotos de materiais similares – a brincadeira era descobrir onde o artista estava te enganando e rir de si mesmo. Vale ficar um tempo se aventurando pelos detalhes que passam despercebidos aos olhos apressados.
Quem fizer o passeio descendo ruas, como eu fiz, pode aproveitar para experimentar a Artichoke Basille’s Pizza (114 10th Ave, na altura da rua 17). É uma pizzaria super novaiorquina e a especialidade da casa, pizza de alcachofra, já virou um clássico! Delícia!
Galerias em Midtown
Fiquei tão feliz com o que vi no Village que resolvi procurar mais galerias pela cidade. Descobri que perto do hotel onde fiquei, em Midtown, há duas imperdíveis!
Ambas ficam na rua 57, entre as avenidas Madison e Park, em prédios comerciais que são por si só uma obra de arte arquitetônica. Parece uma viagem no tempo aos anos 1960 e 1970 – me senti na série Mad Man ?
1. Pace
A Pace é uma das maiores galerias de Nova York – tem 3 endereços na cidade (inclusive no Village) e outros espaços em Paris, Londres… Na galeria de Midtown (32 East 57th Street) estavam expostos trabalhos de Kenneth Noland e Chuck Close; ambos artistas incríveis!
Noland tem um estilo abstrato e colorido, minimalista. Ficou famoso como um dos primeiros artistas a usar telas de formato assimétrico para pintar e, em alguns trabalhos, usa texturas diferentes que deixam a tela brilhosa, passando a sensação de que você está mergulhando no quadro.
Chuck produz um trabalho bem curioso! Ele cria retratos enormes que parecem reflexos na água, explorando elementos abstratos para formar uma imagem plena no final. Sensacional!
2. Howard Greenberg Gallery
As duas exposições que peguei na Howard Greenberg Gallery eram trabalhos de fotojornalistas – que eu particularmente adoro! Os fotógrafos eram Alex Majoli Skéné e Arthur Fellig (Weegee).
Alex Majoli Skéné registou importantes momentos da história recente em cidades da Grécia, do Egito, do Congo e do Brasil (!), com imagens de pouca luz e muito drama.
Arthur Fellig, mais conhecido pelo seu pseudônimo Weegee, ficou famoso por registrar cenas do cotidiano nova-iorquino na década de 40, desde casos policiais até grandes acontecimentos da política e do entretenimento, tendo fotografado para os principais jornais americanos.
O que mais me chama atenção é a capacidade desses artistas de contar uma história em apenas uma imagem. Não é à toa que se diz que uma imagem vale mais que mil palavras.