Seattle: o mercado e o museu futurista
Não é bem isso que os brasileiros têm em mente quando pensam em viajar para os Estados Unidos, mas uma das experiências mais legais para quem vai a Seattle, na costa oeste americana, é visitar o mercado dos produtores rurais.
Apesar de conhecida como uma cidade essencialmente industrial, Seattle se identifica muito no Pike Place Market.
O mercado surgiu em 1907, com apenas 8 fazendeiros, e ao longo do século cresceu e testemunhou as diversas fases de desenvolvimento da cidade. Hoje, são mais de 100 fazendeiros e 190 artesãos, além de 240 músicos e artistas que se apresentam por ali.
Esse movimento todo começa às 9h e vai até 17h, todo dia. Com tempo para passear por lá, entre vegetais e antiguidades, você encontra até uma loja de comic books no meio do mercado!
Não deixe de observar os peixeiros, que arremessam os peixes pra lá e pra cá, fazendo do “fish tossing” um espetáculo divertidíssimo de assistir.
O mercado é tão importante para a comunidade de Seattle, que foi criada a Pike Place Market Foundation para dar apoio aos cidadãos de baixa renda e aos velhinhos. Um dos trabalhos mais legais é o Food Bank, que distribui os alimentos não vendidos no mercado, além de outras doações.
Um dos pontos mais famosos dessa região da cidade é a primeira loja Starbucks (Yes, there used to be only one!), aberta em 1971 – ainda mantida com a fachada original. E também vale tirar uma foto com a Rachel, uma porquinha de bronze que se tornou símbolo do Pike Place Market.
Bem perto dali, na Post Alley, tem a curiosa “Gum Wall” – uma coleção de chicletes grudados na parede que, apesar de ligeiramente nojenta, cria um visual interessante.
Mas, claro, para a sua viagem estar completa você também tem que ver a Seattle futurista. A cidade dá uma enorme abertura a interferências arquitetônicas que seriam consideradas chocantes em outros lugares do mundo.
Isso é visível especialmente no “Seattle Center”, região que reúne museus e atividades de arte, ciência e entretenimento.
Aproveite quando não estiver chovendo (chove bastante por lá!) e suba a Space Needle: uma torre com um “disco voador” erguido a 184 metros de altura e um terraço aberto que oferece uma vista linda do porto da cidade.
Ainda no Seattle Center, a 5 minutinhos da Space Needle, está o EMP Museum – uma estrutura metálica e colorida (para não dizer esquisitíssima e desforme) que se destaca na paisagem.
O EMP é um museu dedicado à música e à cultura pop, com uma torre de guitarras no hall central e um estúdio interativo.
Surgiu em 2000 como “Experience Music Project” e depois incorporou a exibição “Science Fiction Hall of Fame”, que era da Universidade do Kansas, e foi ampliando a programação.
A parte dedicada à música tem exposições variadas e não é simplesmente um grande tributo às bandas de Seattle como Nirvana, Pearl Jam, Soundgarden e Alice in Chains – embora no acervo de memorabilia você encontre o sweater que o Kurt Cobain usou no videoclipe de Smells Like Teen Spirit.
Já na parte da ficção científica, a cadeira de comando de Star Trek e o sobretudo do Neo em Matrix Reloaded são alguns dos destaques.
Vale acompanhar a agenda do museu: você pode ser surpreendido por uma incrível exposição sobre filmes de terror, ou sobre a vida do Jimi Hendrix, sei lá.
Ah, sim: essa viagem a Seattle eu fiz a partir de Vancouver, no Canadá. De ônibus, foram cerca de 2h30 entre as duas cidades.