Mendoza: vinhos argentinos sob a Cordilheira
Visitar as vinícolas está logo no topo da lista quando a gente planeja o que fazer em Mendoza, mas como chegar até elas? Não vale a pena alugar carro: o caminho para as vinícolas não tem sinalização, o GPS não funciona direito e não é boa ideia dirigir depois de beber vinho, né…
Para resolver esta parte logística, fechamos um pacote com o Ezequiel, um guia particular que nos levou para as regiões de Luján de Cuyo, Maipú e Alta Montaña. Para o primeiro dia, em Luján de Cuyo, ele sugeriu um roteiro que incluía as bodegas Catena Zapata, Achaval-Ferrer e Ruca Malen, onde almoçamos.
A Bodega Achaval-Ferrer é mais bacana de todas, pois eles permitem provar vinhos desde a primeira semana de barrica até 2 anos – e assim você vai acompanhando o processo de maturação. Achei fantástico, mas os vinhos lá são caríssimos.
As bodegas de Maipú, por outro lado, me decepcionaram um pouco. Visitamos a Trapiche e Zuccardi, mas não gostei tanto da degustação. Aproveitamos para comer no restaurante Casa de Campo, que oferece comidas típicas de Mendoza, e visitamos a Olivícola Pasrai, uma fábrica de azeite de oliva, que é outra especialidade da região.
A delicatessen Almacén del Sur, que vende pastas e geleias feitas de produtos orgânicos, também deve ser interessante, mas não deu para incluir no nosso roteiro.
Três dias de visita a bodegas pareceram um exagero – apesar de aprender um pouco em cada uma, no final o processo fica um pouco repetitivo.
Então tocamos o Valle de Uco por um dia spa Termas Cacheuta, onde há várias piscinas de águas termais, uma mais quente que a outra, e tem aquele lance de passar lama no corpo também. Foi uma experiência interessante!
No final, fiquei com a impressão de que devia ter ido no Valle de Uco também, onde o Ezequiel havia sugerido as bodegas Pulenta Estate, Salentein e La Azul. À noite, em compensação, jantamos no maravilhoso restaurante Azafrán – bonito, com comida muito boa e ótimas escolhas de vinhos.
Para fechar a viagem, fomos para Alta Montaña, onde visitamos os distritos de Potrerillos e Uspallata, vimos a Puente del Inca e andamos a cavalo no Parque Provincial Aconcágua, onde fica o monte conhecido como Teto das Américas, com seus 6.962 metros de altitude.
A ideia de fazer os passeios com um guia foi boa porque ele faz todas as reservas e sabe otimizar o itinerário. O Ezequiel (que fala um português bastante bom) tem uma pequena empresa com uns 5 guias – todos eles foram ótimos com a gente, sempre pontuais, simpáticos, e com bons carros.
Cada dia de tour custava entre US$ 140 e US$ 180, exceto pela Alta Montaña, que era US$ 240 (os preços são pelo carro, e não por pessoa). Se fechar um pacote, eles também podem pegar e levar no aeroporto.
Os preços das visitas nas bodegas variam de $ 50 a $ 100 pesos por pessoa, dependendo dos vinhos a serem degustados, e os almoços (que são excelentes!) ficam entre $ 250 e $ 350.
Se quiser fazer o roteiro por conta própria, seja de carro ou talvez de bicicleta – para curtir o visual da região, lembre que é preciso reservar horário em todos os locais. Há diversas agências no centro de Mendoza que oferecem tours organizados pelas vinícolas também.
Outras bodegas bem cotadas são a Decero, a Tempus Alba, e a Monteviejo, além do Cavas Wine Lodge, que tem um restaurante famoso. No centro de Mendoza, é possível degustar vinhos de 50 bodegas da região no bar Vines of Mendoza (calle Espejo 567).
Na maioria das vezes não vale a pena comprar o vinho na Bodega, é melhor deixar pra ir numa vinoteca, que tem preços iguais (às vezes até menores) e mais variedades. No avião de volta, cada pessoa pode levar até 6 vinhos na bagagem de mão e mais 6 na mala despachada ; )
¡Buen viaje!