7 palácios em Sintra: uma vila mágica em Portugal
A maior parte dos viajantes faz um bate-e-volta de Lisboa a Sintra, mas eu passei 3 dias lá e não me arrependi. O centro histórico sempre movimentado e as pastelarias que vendem doces portugueses deliciosos são só o começo de um roteiro que nos leva por palácios históricos e românticos.
Alguns dos palácios em Sintra são mais concorridos pelos turistas, outros nem tanto. E justamente quando fomos além dos roteiros de bate-e-volta, Sintra mostrou seu lado mais romântico. Fizemos a viagem com calma, curtindo as belezas da estrada de Lisboa a Sintra… Nos permitimos sentir o clima gostoso da serra e nos encantar pela arquitetura de seus palácios e pela gastronomia maravilhosa.
1. Palácio da Pena, ícone de Sintra
O maior cartão postal de Sintra, o Palácio Nacional da Pena conquista por suas cores. Lá no alto da serra, foi construído em diferentes níveis, cada pátio de uma cor, cada vista mais linda que a outra.
Os elementos da arquitetura manuelina estão nos detalhes, registrando as conquistas de Portugal no além mar e o universo imaginário das navegações – com monstros marinhos que os portugueses enfrentaram para desbravar novos continentes.
Entramos o Parque da Pena pelo Vale dos Lagos e seguimos caminhando pelo jardim numa subida de 35 minutos até o castelo, entre árvores de todos os tipos.
| Como chegar: ônibus nº 434, partindo da estação de trem ou do Palácio Nacional. Desça primeiro no Castelo dos Mouros e guarde o bilhete para embarcar novamente no ônibus e seguir até o Palácio da Pena. O mesmo bilhete continua válido para a volta ao centro.
2. Quinta da Regaleira
Nos últimos 5 anos, a Quinta da Regaleira foi ganhando fama nas redes sociais pelas fotos tiradas em seu jardim.
Pertencia a um alquimista que fez fortuna no Brasil na segunda metade do século 19, e por isso é cheio de símbolos da maçonaria e das navegações portuguesas.
Por todo o jardim, fontes, torres e capelas têm mil referências místicas, num estilo de arquitetura neo-manuelina, repleta de detalhes.
A grande atração da Quinta da Regaleira é o Poço Iniciático, também chamado de “torre invertida”. Poucas coisas no mundo são tão curiosas como uma torre que “sobe para baixo”!
A escadaria em espiral, com 27 metros de profundidade, representa o axis mundi – eixo que conecta a Terra e o Céu. Tem no fundo uma cruz templária sobreposta à rosa dos ventos, símbolo heráldico da família Carvalho Monteiro.
No final da descida, a gente atravessa uma gruta da qual se sai pulando de pedrinha em pedrinha sobre o lago do jardim, todo verdinho de algas. Um cenário fantástico com jeito de conto de fadas!
| Como chegar: 10 a 15 minutos a pé do Centro Histórico, ao lado do Palácio de Seteais.
3. Palácio de Monserrate
Esse é um dos lugares que ficam de fora do roteiro bate-e-volta comum, mas a Karen já tinha dado a dica aqui no blog e eu também recomendo muitíssimo! É um palácios de Sintra que eu mais gostei de conhecer!
A visita ao Palácio de Monserrate também começa pelos jardins – a trilha até o palácio leva uns 20 minutos e passa por uma queda d’água, diversos jardins exóticos e uma capela em ruínas, tomada pelas raízes das árvores.
O interior do palácio é absolutamente encantador, com seus salões de influência indiana e aqueles corredores de arcos ogivais e paredes de estuque mourisco como se fosse renda.
A biblioteca também é fantástica, com porta talhada em madeira de nogueira espanhola, papéis de parede e alguns móveis e objetos de época igualmente ornamentados.
O passeio termina curtindo o solzinho do fim da tarde no gramado em frente às torres redondas e rosadas de Monserrate :)
| Como chegar: ônibus nº 435, partindo da estação de trem.
4. Palácio de Seteais
Conhecido pelo belo portal no jardim, que foi cenário da série brasileira Os Maias, o Palácio de Seteais funciona hoje como um hotel de luxo – e por isso a maioria dos turistas não chega a conhecê-lo além dos portões.
O restaurante do palácio é uma boa opção para ter uma noite especial em Sintra e ver por dentro esse lugar que foi uma das inspirações de Eça de Queiroz.
Um jantar romântico ao som de piano, com direito a travesseiro de bacalhau e bife de novelho, acompanhado de um vinho Cartuxa, da vila portuguesa de Évora. Para sobremesa, pêra ao Tawny, que é um dos mais saborosos vinhos do Porto.
A alternativa mais em conta é tomar um chá da tarde com doces portugueses ou aproveitar o buffet do Lanche à Portuguesa por € 20, aos sábados e domingos a partir das 16h30.
| Como chegar: 15 a 20 minutos a pé do Centro Histórico, ao lado da Quinta da Regaleira.
5. Castelo dos Mouros
Mil anos antes do Palácio da Pena ser construído, Sintra era vigiada desta fortificação que começou a ser erguida pelos árabes, no século 9.
É possível circular a muralha quase toda, passando pelas torres e subindo até a Torre Real.
Interessante reparar as diferenças entre a construição original feita pelos mouros e trechos que foram adicionados ou reparados pelos portugueses ao longo dos séculos.
Além de testemunhar toda a história da conquista de Portugal, o Castelo dos Mouros tem uma vista ímpar da vila de Sintra, com seus palácios, quintas e casinhas.
A infraestrutura para visitantes é surpreendente – com banheiros modernos, lanchonete, sinalização e informações sobre a história do local… tudo isso sem interferir muito na experiência com as ruínas mouras.
| Como chegar: ônibus nº 434, partindo da estação de trem ou do Palácio Nacional. Desça primeiro no Castelo dos Mouros e guarde o bilhete para embarcar novamente no ônibus e seguir até o Palácio da Pena. O mesmo bilhete continua válido para a volta ao centro.
6. Palácio Nacional de Sintra
Também conhecido como Palácio da Vila, o Palácio Nacional de Sintra era a antiga residência de verão da família real.
Um dos melhores exemplos da arquitetura Mudejar, o Palácio Nacional tem os tetos ornamentados e alterna os mosaicos árabes com os murais de azulejos portugueses que vieram depois.
Talvez a principal seja a Sala dos Brasões, com a cúpula coberta de brasões representando 72 famílias nobres do século 16, ao redor dos retratos dos 8 filhos de Dom Manuel I.
Também vale ver a Sala dos Cisnes, onde eram oferecidos os banquetes reais, a cozinha, de onde saem as famosas chaminés em formato de cone, que se tornaram um símbolo de Sintra.
Uma curiosidade é a Sala das Pegas, onde os passarinhos no teto carregam o bilhete “por bem”. Diz a lenda que Dom João I foi flagrado pela rainha Filipa beijando uma aia da corte, e que os passarinhos foram pintados para pedir desculpas e calar as fofocas :D
O Palácio Nacional de Sintra fica bem no centro histórico da “vila velha”, pertinho da doceria Piriquita, onde vale a pena provar os famosos Travesseiros e as Queijadinhas típicas de Sintra!
| Como chegar: 10 minutos a pé da estação de trem
7. Palácio de Queluz
Um pouquinho mais longe do centro de Sintra, o Palácio de Queluz tem um “quê” de Versalhes, com cômodos ricamente decorados e jardins caprichados no paisagismo.
Também usado como palácio de verão da Família Real Portuguesa, construído no século 18, Queluz passou muitos anos descuidado e pouquíssimos viajantes chegam a visitá-lo…
Mas durante nossa viagem vimos um enorme trabalho de restauração em andamento e arrisco dizer que, daqui a uns anos, ele voltará ao circuito “obrigatório”.
Foi neste palácio em que Pedro de Alcântara nasceu para ser Dom Pedro IV em Portugal – e também ali ele morreu, depois de ter se tornado nosso Dom Pedro I no Brasil.
Aproveite a ida a Queluz para almoçar no restaurante Realmente, que fica logo em frente ao palácio. Comi um tentugal de pato que estava maravilhoso!
| Como chegar: há trens a cada 15 minutos de Sintra até Queluz-Belas. O trajeto leva 20 minutos e o palácio fica a 10 minutos da estação.
Curta Sintra sem pressa
Planeje 2 ou 3 horas para cada palácio, dependendo do seu ritmo e grau de interesse. A exceção é o Palácio Nacional de Sintra, que é mais rapidinho de se visitar e fica no meio do centro histórico.
Vale lembrar que a última entrada permitida é sempre 1h antes do fechamento e que, no inverno, os horários de funcionamento são mais curtos.
Informe-se nas bilheterias sobre ingressos combinados, que dão desconto a quem visita várias atrações. Se for viajar na alta temporada (especialmente no verão), melhor comprar ingressos online.
E se alugar um carro estiver nos planos, aproveite para ir de Lisboa a Sintra pelo caminho mais bonito :)