Machu Picchu: trilhas e ruínas incas

Impressionante é o mínimo que se pode dizer da cidade inca datada do século 15 e que até hoje sobrevive ao tempo. Machu Picchu, uma das paisagens mais conhecidas do Peru, é merecidamente uma das 7 Maravilhas do Mundo Moderno.

Machu Picchu - Ruinas incas - foto Camila Vasques

A “cidade perdida dos Incas” foi construída há mais de 600 anos, mas só foi redescoberta em 1911 pelo explorador americano Hiram Bingham. Desde então, virou uma das maiores atrações turísticas da América Latina e atualmente foi nomeada Patrimônio Mundial pela Unesco.

O ponto de partida para chegar às ruinas Incas é a cidade de Aguas Calientes. É uma cidade bem pequena, local de pernoite para os viajantes a caminho de Machu Picchu. O nome se deve às águas termais existentes na cidade, e também é possível desfrutar de trilhas e cachoeiras no entorno.

Machu Picchu - vale inca - foto Ramit Sagi

A vantagem de passar uma noite em Aguas Calientes é que você consegue aproveitar Machu Picchu sem pressa. Muitas pessoas fazem excursões que saem de Cusco direto para Machu Picchu e voltam no mesmo dia, depende realmente do tempo disponível na sua viagem.

Como chegar a Aguas Calientes?

Existem dois trens que levam a Aguas Calientes, o mais popular sai de Cusco e o outro sai de Ollantaytambo. O trem de Cusco costuma ficar cheio, o ideal é comprar a passagem com antecedência. O trem de Ollantaytambo, por outro lado, é uma alternativa para os atrasados que perderam a partida de Cusco.

Ollantaytambo é outra cidade bem pequena com algumas ruínas incas, mas só vale a pena ficar lá se você realmente estiver com tempo. O trem de Ollantaytambo é mais barato, mas com isso se gasta mais um dia de viagem – a decisão fica a seu critério. Vale a pena olhar os sites das companhias Peru Rail e Inca Rail para ter mais informações.

O ingresso para Machu Picchu

Há cerca de 3 anos, o governo do Peru seguiu a recomendação da Unesco e limitou o número de visitantes por dia para Machu Picchu, tendo em mente preservação das ruínas.

Machu Picchu - Lhama - foto Felipe Venetiglio

Dependendo do pacote de trem, talvez o ingresso já esteja incluído. Mas o meio oficial para a aquisição é o site do Ministério da Cultura peruano. A alternativa é comprar em uma agência de viagens em Cusco ou lá mesmo, na hora.

Quem vai durante os meses de alta temporada (particularmente em julho ou agosto) não deve arriscar. Imagina como deve ser frustrante perder a viagem? É bom comprar com antecedência pelo site para garantir o ingresso a Machu Picchu e/ou as montanhas ao redor.

Machu Picchu - Ruinas Incas

Um guia em Machu Picchu

Decidido como ir, vamos ao que interessa. O ideal é arrumar um guia (aquele seu guia de bolso de 20 páginas sobre o Peru não serve). De preferência um guia de verdade, pessoa. Alguns pacotes de trem incluem o passeio guiado por Machu Picchu, normalmente esses pacotes são mais caros.

Contratar um guia numa agência de Cusco não deve ser barato, mas é menos arriscado do que deixar para encontrar um em Aguas Calientes, que é uma cidade muito pequena. Na própria entrada de Machu Picchu ainda tem uma última chance de arrumar um guia, mas você pode negociar – isso faz parte da cultura peruana, então chore o preço sem medo.

Machu Picchu - Anfiteatro - foto Ivan Landim

O motivo da recomendação é que Machu Picchu não é um museu, é uma cidade em ruínas que tem uma sinalização mínima. Caso você esteja viajando sem grana e precise economizar ao máximo, sugiro que ao menos compre um bom guia, livro, com uma descrição detalhada sobre a civilização Inca, suas construções e a história de seu povo.

Explorando as ruínas

Vou tentar dar um pequeno gostinho do que é Machu Picchu, mas isso é só uma amostra de toda a informação que existente.

Para entrar na cidade é necessário passar pela zona rural de Machu Picchu onde havia as plantações que alimentavam a população. É possível ver a casa dos guardiões (nº 16), de onde o portão da cidade (nº 1) era vigiado. Ao cruzar esse portão, a gente encontra a área urbana (e nesse momento sua máquina fotográfica vai à loucura).

A partir daí, há uma sequencia de casas e templos sagrados dos Incas. O guia faz toda diferença nesse momento. O que para um visitante desavisado pode parecer um quarto com 3 janelas, para os Incas era o templo sagrado que representa o mundo subterrâneo dos mortos, o mundo dos vivos e o céu para os deuses.

Machu Picchu - Ruinas Incas - foto Ramit Sagi

O anfiteatro ou praça principal (nº 10) tem uma acústica impressionante. Vale fazer papel de louco e começar a gritar ou bater palma para ver. O Templo do Condor é outra atração da cidade Inca (acho que é desnecessário citar que eles possuíam vários templos e diferentes adorações).

Fôlego para subir as trilhas

Ao redor das ruínas existem duas montanhas com excelentes trilhas, uma se chama Machu Picchu mesmo e a outra é a Waynapicchu (às vezes também se vê a grafia Huayna Picchu). Caso pretenda subir alguma dessas montanhas, é melhor comprar o ticket com antecedência, principalmente para a segunda.

Machu Picchu - niveis - foto Ivan Landim

A trilha da Waynapicchu leva ao Templo da Lua, onde as virgens ficavam. Já a trilha de Machu Picchu, ainda mais alta, recompensa a subida com uma vista incrível sobre o sítio arqueológico e a montanha ao lado.

Mas e a tal da Trilha Inca? Os mais aventureiros dispensam o trem e fazem um caminho de 4 ou 5 dias até chegar a Machu Picchu, pela Trilha Inca, que é mais famosa, ou pela Trilha Salkantay, menos concorrida.

Existe também uma alternativa mais light, que cobre apenas a parte final da Trilha Inca, em apenas 2 dias. Nesse caso, é realmente necessário um guia, pessoa. E também é possível contratar alguém para carregar sua bagagem.

A trilha é complicada, obviamente bem longa, e em muitos trechos não tem sombra. Recomendo fortemente uma preparação prévia para os interessados, além de um bom tempo de aclimatação antes de começar.

Cuidados e planejamento de viagem

Você já deve ter escutado que é bom passar 1 ou 2 dias em Cusco para se acostumar com a diferença de altitude antes de ir para Machu Picchu. Essa dica é importante principalmente para quem quer fazer trilha, pois exercício físico extremo em um local de baixa pressão atmosférica pode ser muito prejudicial.

Machu Picchu - Lhama e alpaca no Peru - foto Felipe Venetiglio

A altitude ataca principalmente a cabeça e o estômago, então é possível sofrer dores de cabeça, falta de ar, tonturas, insônia, náusea e vômito. Por isso, o tempo de adaptação em Cusco é fundamental (a cidade tem muita coisa interessante para fazer!) Também é bom ir ao médico antes da viagem e levar alguns remédios consigo.

Quanto ao período da viagem, a melhor época para ir é entre maio e setembro. De outubro a abril, o calor é intenso e o volume de chuvas aumenta – especialmente nos meses de fevereiro e março, quando a chuva intensa pode chegar a fechar Machu Picchu.

Uma última recomendação: as lhamas são muito simpáticas e obviamente queremos tirar fotos com elas… mas cuidado ao chegar perto! Elas cospem!

 

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