Street art em quadrinhos nas ruas de Bruxelas

Terra dos Smurfs, do repórter investigativo Tintin e do caubói Lucky Luke, a Bélgica se orgulha de ser o país com a maior concentração de artistas quadrinistas do mundo. Lá, os quadrinhos deixaram de ser apenas uma atividade popular para se tornarem uma arte reconhecida e que faz parte do dia-a-dia das pessoas.

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Broussaille de Frank Pe, na Rue du Marche au Charbon

Basta dar uma volta pela cidade de Bruxelas para ver murais desenhados aqui e ali. Alguns, interessantíssimos, interagem com a paisagem e com as casas que ficam em volta. Acho o máximo!

Quem quiser fazer um roteiro completo, pode ver os endereços dos principais murais da “Comic Strip Route” no site da Secretaria de Turismo de Bruxelas ou então pegar esse mapa aqui.

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Ric Hochet de Tibet Duchateau, na Rue des Bons Secours

Para conhecer melhor a cultura da Nona Arte, vale fazer uma visita ao Centro Belga de Histórias em Quadrinhos (mais conhecido pelo nome em inglês Belgian Comic Strip Center ou pelo nome original em francês Centre Belge de la Bande Dessinée, de onde vem a sigla “CBBD” que eles usam).

Localizado no centro histórico de Bruxelas, perto do Grand Place, o museu foi inaugurado em 1989 em um lindo prédio de arquitetura Art Nouveau, que no início do século 20 funcionou como armazém têxtil. Hoje, o CBBD é uma das atrações mais legais de Bruxelas e atrai mais de 200 mil visitantes por ano.

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Cartoon do Tintin, na Rue de l’Etuve

O acervo permanente é composto por ilustrações originais e memorabilia diversa dos personagens e seus autores, mostrando o desenvolvimento das HQs na Europa e um panorama da produção dos últimos 60 anos.

Lá estão obras de diferentes gêneros, linguagens e estilos. Não ficam de fora clássicos como Asterix e Charlie Brown, nem os grandes astros como Superman, Batman e a Lanterna Verde.

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Smurfs no Centro Belga de Histórias em Quadrinhos

Pelos corredores, bonecos em grande escala dos personagens e pequenas cenas remontadas fazem a visita mais divertida. Mas é no salão Saint-Roch que fica o “tesouro” do museu: as mais de 5 mil ilustrações originais se revezam para que estejam em exposição umas 200 de cada vez, entre esboços, manuscritos, aquarelas e capas.

Completam a exposição algumas das primeiras máquinas que possibilitaram a transição das históricas em quadrinhos para os desenhos animados.

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Lucky Luke de Morris na Rue de la Buanderie

E como não podia deixar de ser, o prédio também conta com uma biblioteca e uma livraria especializada, além de uma lojinha de souvernir com canecas, bonequinhos, selos comemorativos e tudo mais.

Um espaço dedicado a Hergé, criador do Tintim, foi aberto em 2005. Além de projetar internacionalmente a cultura belga, o CBBD se tornou uma referência no mundo dos quadrinhos por funcionar como um centro de documentação, além de produzir livros e promover conferências e workshops sobre o tema.

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Mural graffiti direitos humanos nos centro histórico

Exposições temporárias também movimentam a programação do museu. Em setembro de 2013, por exemplo, vai entrar em cartaz uma exposição sobre o artista americano Will Eisner, autor do clássico The Spirit e um dos precursores do conceito de “graphic novel” (não conheço ninguém que use a expressão “romance gráfico” em português).

Basicamente, Will Eisner foi um dos primeiros quadrinistas a deixar de focar em super heróis e adotar a linguagem da arte sequencial para fazer crônicas sobre a vida de pessoas normais, com sua obra Um contrato com Deus.

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Caroline Baldwin de Taymans Wesel na Rue de la Poudriere

Se você estiver muito entusiasmado para conhecer a fundo a cultura dos quadrinhos (e tiver grana para isso, porque custa), pode contratar um guia do CBBD para fazer um tour pelo museu ou mesmo um passeio guiado pela cidade, contextualizando os murais de arte pelas ruas.

O Centro Belga de Histórias em Quadrinhos fica na Rue des Sables, nº 20 e abre ao público de terça a domingo, das 10h às 18h. O ingresso custa € 8.

Leia também:

Como é a visita ao Atomium de Bruxelas, no blog Ideias na Mala
 


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